As ações da corretora XP Investimentos sobem mais de 10% nesta quarta-feira (13), após a empresa divulgar o balanço do primeiro trimestre. Mas o desempenho não foi suficiente para que analistas de ao menos três bancos mudassem a recomendação para "compra" dos papéis.
Os papéis da companhia negociados na Nasdaq, nos Estados Unidos, fecharam hoje em alta de 11,08%, a US$ 27,76. No ano, as ações acumulam baixa de quase 28%.
Segundo balanço da XP, a companhia teve alta de 147% no lucro líquido ajustado nos primeiros meses do ano, atingindo R$ 415 milhões. Em comparação ao quarto trimestre de 2019, houve uma queda de 1%.
Para analistas do Credit Suisse, ainda é uma "questão chave" a continuidade do bom desempenho nos próximos meses. A instituição destaca, entre outras coisas, a desaceleração das entradas líquidas de R$ 12 bilhões para R$ 7 bilhões — número que já reflete a crise do novo coronavírus.
"Acreditamos que o ambiente será mais desafiador. Esperamos que a receita e os ingressos líquidos diminuam", diz o banco. A instituição reafirmou a recomendação "neutra" para a ação da XP e o preço-alvo de US$ 22.
Receita e despesas
A receita do primeiro trimestre, que chegou a R$ 1,7 bilhão, foi a linha destacada pelos analistas do UBS, em especial a do varejo. Segundo o banco suíço, o segmento avançou principalmente por causa do volume recorde negociado no mercado de ações.
A alíquota efetiva de impostos, que chegou a 23%, também surpreendeu os analistas do banco, que dizem esperar que o nível se mantenha baixo dessa maneira. Mas eles disseram que as despesas continuam crescendo de forma rápida.
"O custo operacional total aumentou 101% na comparação anual, como resultado a margem Ebitda se deteriorou para 33% (ante 36% primeiro trimestre do ano passado), enquanto a margem líquida ajustada aumentou para 24% (ante 18% no 1T19)".
Para o UBS, as ações da XP podem chegar a US$ 28 em 12 meses. A recomendação para os papéis é "neutra". O BTG Pactual tem a mesma recomendação para as ações, mas esperando que elas possam chegar a US$ 24.
Os analistas do banco brasileiro lembram que os ativos sob gestão da XP somavam ao fim de março R$ 366 bilhões — um recuo de 11% ante dezembro, refletindo a queda dos preços dos ativos no período. No mesmo intervalo de 2019, os ativos sob gestão cresceram 58%.