A Via Varejo pode chegar ao final de 2020 com uma dívida líquida de R$ 6,9 bilhões, segundo o UBS. O banco assume que a varejista teria que liquidar seu estoque a toque de caixa e não realizaria vendas em lojas físicas no segundo trimestre, além de ter queda de 30% nas vendas on-line.
A preocupação com a empresa não é novidade. Na semana passada, a dona das Casas Bahia e do Ponto Frio teve de divulgar a dívida bancária, após algumas casas avaliarem que a companhia teria dificuldades de alavancagem em meio à crise do coronavírus.
No total, a dívida bancária da Via Varejo era de R$ 2,153 bilhões no final de 2019, ao passo que posição de caixa estava em R$ 4,368 bilhões. O caixa e equivalentes de caixa eram de R$ 1,364 bilhão, e recebíveis de cartão não descontados de R$ 3 bilhões.
As ações da varejista (VVAR3) acumulam baixa de 60% no ano. Nesta segunda-feira (23), fecharam em queda de quase 10%. A empresa divulga os números do quarto trimestre e de 2019 fechados na próxima quarta-feira (25).
Antes de a crise derrubar as ações das empresas em todo o mundo, a Via Varejo passou por um processo de reestruturação, após a retomada do controle acionário pela família Klein. A companhia atuava para melhorar a operação on-line - considerada hoje fundamental para as varejistas, mas uma área que a empresa ficou para trás nos últimos anos.
Segundo o UBS, Hering, Lojas Renner, C&A e Riachuelo também são empresas do setor que devem sofrer mais com as restrições impostas por governos estaduais referentes à circulação de pessoas e ao funcionamento das lojas. Algumas delas já decidiram, por fim, paralisar as atividades em lojas físicas de todo país.