A Totvs (TOTS3) não vai desistir tão fácil de comprar a Linx (LINX3). Ainda que tudo esteja favorável para a Stone, o conselho de administração da fabricante de softwares decidiu, na terça-feira (20) prorrogar a validade de sua proposta até 31 de dezembro.
A decisão não surpreende. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada no dia 9 de outubro, o presidente do conselho de administração da Totvs, Laércio Cosentino, disse que seguirá na disputa com a Stone até o final e que a empresa está disposta a elevar a sua oferta.
Além disso, ela considera recorrer à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para suspender a assembleia de acionistas da Linx.
E agora?
Tudo dependerá dos acionistas, uma vez que a administração da Linx já disse que a oferta da Totvs não atende aos seus interesses.
Ambas vivem uma relação conturbada. A Totvs afirmou que, desde o início das negociações, conselheiros independentes da Linx assumiram o compromisso de garantir uma competição justa. Mas que sucessivos aditivos e análise apressada das propostas teriam resultado, para a Totvs, em perda da independência dos conselheiros.
Não foi a primeira vez que a Totvs sobiu o tom contra a administração da Linx. A empresa já havia criticado a recusa do conselho independente em assinar a minuta do protocolo de incorporação da Totvs.
A briga entre as companhias começou quando o conselho de administração da Linx assinou contrato de venda para Stone, no dia 11 de agosto, por R$ 6,04 bilhões. A proposta envolvia um pagamento diferenciado aos fundadores da Linx, que ocupam três das cinco vagas do conselho.
A Totvs entrou formalmente na disputa pela Linx com uma proposta de R$ 6,1 bilhões, dias depois do negócio com a Stone. Mas alegou que já havia procurado a empresa antes e preparava uma proposta quando foi surpreendida com o anúncio da transação.
Ao contrário da Stone, a oferta da Totvs não prevê pagamento adicional a conselheiros da empresa.