O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (14) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por suas indicações de relatorias de matérias enviadas pelo governo. O chefe do Executivo se posicionou de forma contrária ao lockdown.
Segundo Bolsonaro, Maia "sinaliza que não quer resolver nada" pelas suas indicações em relatórias. "Parece que quer afundar a economia para ferrar o governo e talvez tirar um proveito político lá na frente".
Na semana passada, Maia designou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) como relator da MP 936/2020, que permite a empresas reduzir salários com redução proporcional de jornada durante a crise do coronavírus.
Doria e lockdown
Em videoconferência, o chefe do Executivo convocou o empresariado a "jogar pesado" com o governador de São Paulo, João Doria, para evitar o lockdown no Estado como medida de combate ao novo coronavírus.
Para Bolsonaro, há "uma guerra" e uma uma tentativa política de tentar quebrar a economia para atingir o seu governo.
Bolsonaro criticou as medidas de lockdown que passaram a ser consideradas por Doria, um de seus principais adversários políticos. São Paulo tem 54.296 casos confirmados de novo coronavírus e 4.315 mortes.
"Um homem está decidindo o futuro de São Paulo, o futuro da economia do Brasil. Os senhores, com todo o respeito, tem que chamar o governador e jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra. É o Brasil que está em jogo, se continuar o empobrecimento da população daqui a poucos seremos iguais na miséria", disse
O presidente defendeu a abertura rápida do mercado e providências imediatas para evitar consequências como possibilidade de "caos", "saques" e "desobediência civil". Segundo o presidente, neste caso não adiantará convocar as Forças Armadas porque não haverá militares suficientes para atuar na Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Bolsonaro citou o decreto no qual incluiu academias, salões de beleza e barbearia na lista de serviços essenciais. Na semana passada, o presidente já havia incluindo na relação a construção civil e atividades industriais.
"Tem governador falando que não vai cumprir. Eles estão partindo para a desobediência civil. Se alguém não concorda com um decreto meu, tem dois caminhos: um projeto de decreto legislativo no Congresso, para tornar sem efeito o meu decreto, ou ação na Justiça, e não (apenas) 'não vão cumprir'", disse.
*Com Estadão Conteúdo