🔴 HERANÇA EM VIDA? NOVO EPISÓDIO DE A DINHEIRISTA! VEJA AQUI

Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Novas máximas

Dólar sobe pelo terceiro dia e rompe os R$ 5,90, pressionado pela maior aversão ao risco

O dólar à vista se aproxima cada vez mais do nível dos R$ 6,00. nesta quarta-feira, a combinação entre cautela externa e tensão local fez pressionou a moeda

Dólar
Imagem: Shutterstock

Na semana passada, quando o Copom cortou a Selic em 0,75 ponto e sinalizou que novas reduções estavam por vir, o mercado começou a se posicionar de maneira diferente no câmbio: juros para baixo, afinal, tendem a levar o dólar para cima — e o nível dos R$ 6,00 no segmento à vista, antes impensável, começava a soar plausível.

Num estalar de dedos, a moeda americana saiu da casa de R$ 5,70 para os inéditos R$ 5,80. E, nesta semana, a escalada continua num ritmo aparentemente inabalável: nos três últimos dias, tivemos três altas — um movimento que culminou em novos recordes nesta quarta-feira (13).

E olha que, durante a manhã, o mercado até ensaiou um alívio no dólar à vista: logo depois da abertura, a divisa chegou a ser negociada a R$ 5,8190 (-0,85%) — uma calmaria que teve vida curta. Ainda antes do almoço, o câmbio virou de mão e bateu os R$ 5,9434 na máxima (+1,27%).

  • Eu gravei um vídeo explicando as razões por trás dessa nova disparada do dólar. Veja abaixo:

Ao fim do dia, a pressão sobre o dólar até cedeu um pouco: no fechamento, a moeda era negociada a R$ 5,9008, em alta de 0,55%. Ainda assim, terminou uma sessão acima dos R$ 5,90 pela primeira vez na história — desde o começo do ano, o salto já chega a 47,09%.

Toda essa aversão ao risco vista no câmbio também foi sentida na bolsa: o Ibovespa teve uma sessão instável, mas terminou a quarta-feira em leve baixa de 0,13%, aos 77.772,20 pontos, cravando a terceira queda consecutiva.

O índice brasileiro até conseguiu descolar um pouco do exterior, já que, lá fora, o clima foi bastante pesado nas bolsas: as principais praças da Europa caíram mais de 1% hoje, comportamento semelhante ao visto no Dow Jones (-2,17%), no S&P 500 (-1,75%) e no Nasdaq (-1,55%).

Pessimismo global

Lá fora, dados econômicos desanimadores vindos da Europa contribuíram para diminuir a confiança dos agentes financeiros. O PIB do Reino Unido recuou 2% no primeiro trimestre e a produção industrial da zona do euro teve baixa de 11% em março, mostrando o forte impacto do surto de coronavírus sobre a atividade do velho continente.

Nos Estados Unidos, o panorama também foi mais defensivo: o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central do país), Jerome Powell, disse não ver juros negativos como adequados, mas afirmou que as dificuldades econômicas tendem a continuar por um tempo prolongado — e não descartou novos pacotes de estímulo.

Como pano de fundo para todo esse cenário, ainda há o temor de que a reabertura econômica da Europa e dos EUA possa estar sendo feita de maneira antecipada. Essa leitura ganhou força com o surgimento de novos casos da doença na China e em outros países asiáticos, o que eleva a tensão quanto a uma segunda onda da Covid-19 na região.

A sinalização de que o Fed não vai cortar mais os juros contribuiu para pressionar o dólar à vista, uma vez que, por aqui, o Copom já deu a entender que o ciclo de alívio monetário ainda não terminou. Assim, o diferencial nas taxas entre os países tende a cair mais.

Quanto ao Ibovespa, a relativa estabilidade possui fundamentos técnicos: o índice brasileiro já vinha de duas baixas, acumulando perdas de quase 3% no período. Essa queda recente até estimulou movimentos compradores nesta quarta-feira, mas, ao fim do dia, a cautela acabou prevalecendo.

Turbulência em Brasília

Por aqui, a cena política continuou inspirando prudência entre os mercados. O vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril — em que o presidente Jair Bolsonaro teria ameaçado demitir o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro — permanece em primeiro plano para os investidores.

O conteúdo desse vídeo ainda não é público: o STF deu 48 horas para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o sigilo imposto ao material. Mas, considerando o que foi divulgado pela imprensa até o momento e os relatos de que o vídeo é 'bombástico', é natural que os agentes financeiros mantivessem uma postura mais prudente.

Até que se tenha mais visibilidade quanto aos desdobramentos do vídeo, o clima em Brasília deve continuar bastante tenso — o que sempre traz volatilidade às negociações na bolsa e no câmbio.

Juros em alta

No mercado de juros futuros, o dia foi marcado por mais um ajuste positivo em ambos os vértices, dando continuidade ao movimento de ontem. A pressão contínua sobre o dólar à vista, mesmo após dois novos leilões extraordinários de swap cambial pelo BC, contribuiu para a abertura dos DIs:

  • Janeiro/2021: de 2,61% para 2,65%;
  • Janeiro/2022: de 3,50% para 3,64%;
  • Janeiro/2023: de 4,73% para 4,94%;

Top 5

Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira. As exportadoras foram o destaque positivo da sessão, beneficiadas pela nova alta do dólar; além delas, Braskem PNA (BRKM5) também subiu forte — o UBS elevou a recomendação para as ações, de venda para compra, com preço-alvo de R$ 28,00 em doze meses:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
BRFS3BRF ON22,85+12,17%
KLBN11Klabin units23,25+7,64%
VVAR3Via Varejo ON9,14+6,90%
JBSS3JBS ON25,25+6,36%
BRKM5Braskem PNA21,67+5,86%

Confira também as cinco maiores baixas do índice:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
EMBR3Embraer ON6,19-8,70%
IRBR3IRB ON7,41-7,84%
CIEL3Cielo ON3,33-5,93%
QUAL3Qualicorp ON19,70-5,52%
USIM5Usiminas PNA4,35-5,23%

Compartilhe

DE OLHO NAS REDES

Petrobras (PETR4): e se a melhor e pior notícia que a empresa poderia dar vierem juntas, o que seria das ações? 

18 de abril de 2024 - 13:30

De uns tempos para cá, a Petrobras vem testando os nervos dos investidores. Há alguns dias, rumores de que os saudosos dividendos extraordinários que foram retidos pela companhia finalmente poderiam sair, o que animou o mercado — e fez as ações saltarem.  Mas logo veio um potencial balde de água fria: Aloizio Mercadante poderia assumir […]

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Nova York e Petrobras (PETR4) contaminam Ibovespa, que fecha próximo da estabilidade; dólar tem leve alta a R$ 5,25

18 de abril de 2024 - 6:35

RESUMO DO DIA: Para acertar o alvo, às vezes é preciso mais de uma flecha, ainda que a mira esteja no ponto certo. Mesmo com as incertezas sobre os juros e a questão fiscal no ar, o Ibovespa conseguiu terminar o dia em tom positivo. O principal índice da bolsa brasileira ficou próximo da estabilidade […]

AÇÕES NO SHAPE

Smart Fit (SMFT3) vai virar “monstro”? Banco recomenda compra das ações e vê espaço para rede de academias dobrar de tamanho

17 de abril de 2024 - 15:25

Os analistas do JP Morgan calcularam um preço-alvo de R$ 31 para os papéis da Smart Fit (SMFT3), o que representa um potencial de alta da ordem de 30%

DESTAQUES DA BOLSA

Ozempic que se cuide! Empresa de biotecnologia faz parceria para distribuir caneta do emagrecimento no Brasil e ações disparam quase 40% 

17 de abril de 2024 - 14:03

Com o anúncio, a Biomm conquistou R$ 1,2 bilhão em valor de mercado na B3; a comercialização do similar do Ozempic deve ainda passar pelo crivo da Anvisa

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Vale (VALE3) não é suficiente e Ibovespa fecha em queda na esteira de Nova York; dólar cai a R$ 5,24

17 de abril de 2024 - 6:49

RESUMO DO DIA: O Ibovespa até tentou interromper o ciclo de quedas com o forte avanço do minério de ferro e a prévia do PIB, mas o tom negativo de Nova York falou mais alto e arrastou o principal índice da bolsa brasileira. Com isso, o Ibovespa terminou o pregão em baixa de 0,17%, aos […]

REPORTAGEM ESPECIAL

O fracasso das empresas “sem dono” na B3. Por que o modelo das corporations vai mal na bolsa brasileira

16 de abril de 2024 - 15:54

São vários exemplos e de inúmeros setores de companhias sem uma estrutura de controle que passaram por graves problemas ou simplesmente fracassaram

MAIS 11 ATIVOS PARA A CONTA

Fundo imobiliário BTLG11 fecha acordo de quase R$ 2 bilhões por portfólio de imóveis em SP

16 de abril de 2024 - 11:36

O FII deve adquirir 11 ativos, com cerca de 550 mil metros quadrados prontos e performados

SÉRIE A DA B3

Auren (AURE3) fica de fora da segunda prévia do Ibovespa, que agora conta com a entrada de apenas uma ação

16 de abril de 2024 - 10:32

Se a previsão se confirmar, a carteira do Ibovespa contará com 87 ações de 84 empresas a partir de maio

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa cai pela quinta vez seguida pressionado por juros nos EUA e questão fiscal; dólar fecha no maior nível em 13 meses, a R$ 5,26

16 de abril de 2024 - 6:33

RESUMO DO DIA: A perspectiva de juros elevados por mais tempo nos Estados Unidos ganhou força mais uma vez e, combinada com a preocupação com o cenário fiscal doméstico, gerou mais lenha para a bolsa brasileira aumentar as cinzas. Pela quinta vez consecutiva, o Ibovespa terminou o dia no vermelho, com queda de 0,75%, aos […]

MERCADOS HOJE

Bolsas hoje: Ibovespa recua com pressão de bancos e Wall Street no vermelho; dólar sobe a R$ 5,18

15 de abril de 2024 - 6:43

RESUMO DO DIA: O Ibovespa terminou a sessão desta segunda-feira (15) no vermelho, pressionado pelo desempenho dos bancos, que recuaram em meio à crescente aversão ao risco no mercado hoje. O principal índice de ações da B3 fechou o pregão em baixa de 0,49%, aos 125.333 pontos. Já o dólar à vista avançou 1,25%, aos […]

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar