A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado recebe nesta quarta-feira (19) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para esclarecimentos sobre as mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil.
As mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram, que tiveram sua primeira divulgação no dia 9 de junho, mostram conversas entre Moro, então juiz, e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, sobre procedimentos e decisões em processos da operação.
Novas mensagens
Em nova série de reportagens divulgadas nesta terça-feira (19) pelo site The Intercept Brasil, o atual ministro da Justiça aparece questionando o procurador da República Deltan Dallagnol sobre uma investigação envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Nas mensagens, Moro afirma que a apuração poderia "melindrar" alguém cujo apoio era importante para a operação.
O diálogo teria acontecido em 13 de abril de 2017, após a imprensa divulgar que a força-tarefa havia enviado à Procuradoria da República em São Paulo dados sobre supostas doações eleitorais via caixa 2 para campanhas eleitorais de FHC em 1994 e 1998.
O TIB também publicou troca de mensagens entre procuradores nos quais eles concluem que a investigação sobre doações de Grupo Odebrecht para o Instituto Fernando Henrique Cardoso se resumiria a um crime tributário. O argumento poderia enfraquecer a acusação contra o Instituto Lula e a Lils, a empresa de palestras e eventos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também investigados pela força-tarefa. Segundo o site, FHC foi citado em nove oportunidades pelos procuradores.
Estratégia
O ministro Sergio Moro terá 30 minutos para fazer uma exposição inicial do caso e após o tempo, cada senador terá 5 minutos para fazer perguntas. Moro terá o mesmo tempo para a réplica, além de mais dois minutos para a tréplica.
Os membros governistas da CCJ planejam atacar a invasão de celulares e defender os contatos entre magistrados e procuradores. A oposição, no entando, planeja focar no conteúdo das mensagens divulgadas
*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil