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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Juros

BC não deixará de cortar a Selic por causa do dólar

Segundo Roberto Campos Neto há espaço para queda adicional do juro e intervenção no dólar é para dar estabilidade ao câmbio

Roberto Campos neto
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central - Imagem: Raphael Ribeiro/BCB

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, fez um breve discurso em evento nesta quinta-feira e a mensagem que se extrai é a seguinte: a alta do dólar não será impeditivo para cortes na Selic.

Ao reafirmar a mensagem de política monetária de que “deixamos espaço para uma queda adicional” do juro básico, Campos Neto também fez uma afirmação do princípio da separação dos instrumentos à disposição do BC.

A taxa de juros é utilizada para controlar a inflação. As medidas macroprudenciais asseguram a estabilidade financeira. E as intervenções cambiais funcionam como mecanismo de estabilidade no mercado de câmbio.

Essa ênfase na função de cada instrumento é novidade na apresentação do presidente, que desde a última reunião do Copom, em 31 de agosto, já fez ao menos oito palestras para diferentes públicos.

 

O que limita a atuação do BC é o comportamento da inflação e das expectativas e o que Campos Neto tem enfatizado é que essas duas variáveis seguem ancoradas nas metas, apesar do aumento da instabilidade no cenário externo e maior volatilidade no dólar.

Ao falar que as atuações do câmbio visam a estabilidade do sistema, o presidente tenta afastar a leitura recorrente de que o BC atuar para segurar o câmbio ou que o dólar tenha piso ou tenha teto.

Sem relação mecânica e direta

Guardadas as proporções, essa reafirmação de cada instrumento e seu propósito lembra eventos no qual o mercado passou a acreditar que o BC subiria o juro para “segurar” a taxa de câmbio. E não faz tanto tempo assim, entre o fim de maio e junho do ano passado, o então presidente e Ilan Goldfajn e diretores tiveram de reafirmar que não existia relação mecânica e direta entre o aumento de incerteza e a política monetária.

No momento, víamos um choque adverso para emergentes, liderado pela Turquia e Argentina, e estourava a greve dos caminhoneiros. Momento semelhante também foi vivido depois do “Joesley Day” em maio de 2017.

O BC não reage à cotação do câmbio, mas sim quando essa valorização do dólar passa a se espraiar pelos demais preços da economia. São os chamados efeitos de segunda ordem, regra que também vale para demais choques de preço.

Por ora, o dólar acima de R$ 4 não contaminou inflação corrente e expectativas, por isso Campos Neto reafirma a mensagem de política monetária.

A dúvida é como esse dólar mais caro pode atuar como um limitador do tamanho ciclo, que o mercado estima terminará com juro entre 4,5% a 5% ao ano.

Teremos uma ideia no dia 18, quando o Copom apresenta sua decisão e atualiza suas projeções utilizando esse dólar “mais caro”. Com Selic a 5,5% e dólar de R$ 3,75 neste ano e R$ 3,90 em 2020, a inflação ficaria em 3,6% em 2019 e 3,9% em 2020. Abaixo das metas de 4,25% e 4%, respectivamente.

A íntegra do discurso está aqui e a apresentação aqui.

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