O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), recebeu nesta tarde de quinta-feira, 8, das mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o texto da reforma da Previdência, aprovado na quarta pelos deputados em segundo turno.
Em um breve discurso de dentro do gabinete da presidência do Senado, Alcolumbre elogiou Maia e sua liderança na condução das negociações da matéria, falou em harmonia entre poderes e disse que "só a maturidade política" fez com que se chegasse a esse momento, referindo-se ao trabalho conjunto de governistas e congressistas pela aprovação desta reforma e de outras que se desenham, como a tributária.
Ele destacou nominalmente Maia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, como partícipes desse processo, cumprimentou também o presidente Jair Bolsonaro e pediu as bênçãos de Deus para cumprir a missão. "Recebemos a missão de terminar o serviço iniciado pela Câmara", disse. "Agora é com o Senado Federal", acrescentou em outro momento da fala.
Ao final, Alcolumbre disse que queria anunciar que já há entendimento em torno da reforma tributária, próxima grande reforma que deve tramitar no Congresso. Segundo ele, esse entendimento foi firmado pelo Senado, Câmara e governo, por meio de Guedes, em almoço organizado por ele próprio. Alcolumbre disse que a reforma tributária não será de um ou de outro, mas do Brasil.
Nada de acordo
Alcolumbre também afirmou nesta quinta-feira que não pode haver acordo para que o Senado não altere o texto da reforma aprovada pela Câmara. O presidente do Senado foi perguntado se haveria consenso para não haver modificações na proposta recebida, para que as alterações ficassem restritas à PEC Paralela.
"Não pode haver acordo porque cada senador tem direito de sugerir mudanças", disse. Alcolumbre defendeu que o Senado tem "autoridade" para fazer as alterações que entender como necessárias.
Ele citou também um "possível consenso" sobre a reinclusão de Estados e municípios na reforma. A ideia é que essa reintrodução seja feita por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição paralela. "PEC Paralela no primeiro momento é para incluir Estados e municípios", disse a jornalistas após receber o texto da proposta das mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Alcolumbre também declarou que será buscado um cronograma de tramitação em que todos os parlamentares, favoráveis ou contrários, possam participar ativamente das discussões, definido no colégio de líderes. Ele destacou que a reforma não pode tramitar em menos de 45 dias, já que esse é o período definido regimentalmente. Na quarta, ele avaliou que o Senado deve analisar a reforma da Previdência entre 45 e 65 dias.
*Com Estadão Conteúdo.