Do clássico ao repaginado: as principais indicações de ações das corretoras para o mês de novembro
O aquecimento da economia reacendeu um setor que andava meio esquecido pelos analistas e, para acompanhar, duas velhas conhecidas estão de cara nova. Veja o top 3 das ações do mês para as corretoras

Eu sou muito adepta da mudança brusca de visual.
Já tive cabelo curto, comprido, com franja, sem franja, liso e o natural cacheado, que mantenho hoje. Algumas dessas mudanças foram sutis, outras nem tanto. Meu cabelo já encarou até cores consideradas extravagantes para alguns, como azul, roxo e rosa choque.
Você pode estar se perguntado o que as minhas aventuras capilares têm em comum com as principais indicações de ações das corretoras para o mês de novembro. Já explico.
Duas velhas e tradicionais empresas do setor de educação andaram dando uma repaginada no visual nos últimos meses e isso agradou os analistas com quem falei. Então, fique atento a Cogna (antiga Kroton) e Yduqs (antiga Estácio). Logo falaremos mais delas.
Estamos em novembro, o penúltimo mês do ano. De janeiro para cá a Previdência já foi aprovada, o governo já encaminha as suas novas propostas de reforma e o Ibovespa sustenta uma alta de mais de 20% em 2019. Mas nem tudo é novidade.
Uma das constantes desse período foi a presença de Petrobras e Banco do Brasil entre as preferidas dos analistas - e dessa vez não foi diferente. Com quatro e três indicações, respectivamente, os papéis das estatais lideram mais uma vez a nossa lista.
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E por falar em constantes, outra delas é a grande diversificação nas indicações mensais. O bom momento da bolsa abre um leque gigantesco de possibilidades, e dessa vez foram nada mais nada menos que 31 papéis diferentes indicados por 14 corretoras e bancos.
Até a estreante na bolsa C&A, deu o ar da graça. O banco Daycoval chegou a destacar que as ações da novata podem se beneficiar da sazonalidade de fim de ano e o consumo decorrente da liberação do FGTS.
O setor de energia voltou a chamar a atenção, com as conversas em torno da privatização da Eletrobras bem aquecidas. Confira todas as indicações na tabela abaixo.
Depois, não deixe de dar uma passadinha nesta matéria da Julia Wiltgen. Ela te mostra quais foram os piores e os melhores investimentos do mês passado.
Rapaginada na educação
Vamos começar pelas novidades entre os destaques das corretoras no mês. Duas empresas andam fazendo a cabeça dos analistas: Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3).
Se você não acompanhou de perto o noticiário do setor educacional nos últimos tempos pode estar se perguntando se essas são empresas novas no pedaço. Mas não. As velhas Estácio e Kroton passaram por uma repaginada e hoje atendem por novos nomes. Estácio hoje atende por Yduqs e a Kroton por Cogna. Mas as mudanças de nomenclatura estão longe de ser as únicas novidades do setor.
O analista-chefe da Toro Investimentos, Rafael Panonko, explica que o setor da educação esteve fora do radar dos investidores em um passado recente, em grande parte pela imensa dependência que as empresas de ensino superior mantinham com o Fies, programa de financiamento estudantil do governo federal. Segundo Panonko, muitas empresas chegaram a manter uma relação de quase 40% de dependência do financiamento governamental.
As mudanças no programa de financiamento e o crescimento da economia estão levando as empresas de educação a um novo patamar. Os analistas acreditam que com a queda do desemprego e o aquecimento da economia, é hora das pessoas voltarem a pensar em voltar para a sala de aula. E quem ganha são as empresas com as melhores condições no mercado.
A Estácio Participações adotou recentemente o novo (e controverso) nome de Yduqs. Mas se o nome divide opiniões por aí (eu acho horrível, e você?), os resultados da empresa vêm agradando investidores e analistas.
Presença forte no ensino a distância, que costuma ter valores mais acessíveis, horários flexíveis e se encaixa melhor na rotina dos estudantes, a Yduqs apresentou uma grande capitalização e um aumento no número da base de alunos. A companhia vem investindo cada vez mais no segmento e captou 132.353 novos alunos nos primeiros seis meses deste ano, um salto de 45% com relação ao mesmo período do ano passado.
No mês passado, a Yduqs ainda deu uma grande tacada com o anúncio da compra das operações brasileiras do grupo norte-americano Adtalem e passou a contar com mais de dez instituições de ensino superior.
Mês das bruxas?
Enquanto a recém batizada Yduqs comemorava o seu elevado número de alunos, a ex-Kroton, agora Cogna, amargou um mês de perdas durante outubro. Os papéis da companhia tiveram uma perda de 10,72% nos últimos 30 dias.
Mas nem tudo é sinal de péssimas notícias. Além da mudança de nome e do código na bolsa (que passou a ser COGN3), a empresa passou por uma reestruturação das suas operações, com a divisão dos negócios por segmento. E, claro, se beneficia do bom momento do setor.
Segundo Vinicius Piccinini, analista da Quantitas, o destaque da empresa em novembro (com duas indicações) se deve muito à performance abaixo da média que o papel obteve em outubro. "A Yduqs foi muito forte onde a Cogna não foi, com o crescimento do número de alunos."
O desempenho em relação à concorrente não deve ser lido como algo totalmente negativo. Segundo o analista, a empresa está barata, mas apresenta uma boa execução. No último semestre ela conseguiu melhorar o seu 'intake', isto é, subiu a relação de número de alunos pagantes que não dependem de financiamento e o tíquete médio por estudante.
Não é de hoje que a empresa vem tentando se desvencilhar do financiamento estudantil, mesmo caminho seguido pela Yduqs. A Cogna cresceu muito durante os anos áureos do programa, mas o declínio do Fies tem dificultado a vida das empresas de ensino superior, que não conseguem manter suas salas de aula cheias.
A Cogna, chegou a financiar ela mesmo a matrícula dos estudantes. Sua conversão de caixa começou a cair muito e incomodar os seus acionistas. A situação foi o gatilho para as mudanças estruturais pelas quais a empresa passou.
Hoje, a empresa também investe pesado na área de ensino básico, adquirindo novas e importantes posições no setor. "A Cogna tem uma gestão excelente. Confiamos na execução da empresa, que deve se manter", completa o analista da Quantitas.
Pronto para voos mais altos
O Banco do Brasil continua dando o que falar neste ano e está mais uma vez entre as ações favoritas das corretoras. Com três indicações, as ações ordinárias do banco estatal (BBAS3) seguem uma boa opção para os seus investimentos.
O Banco Safra destaca que a ação da estatal está entre suas favoritas no setor em razão de "seu valuation atrativo, combinado com uma perspectiva de crescimento robusto de lucro (resultado de queda de PDD, recuperação de margem financeira, controle de despesas e menor imposto) e uma expectativa de gestão orientada em maximizar o retorno do banco, reduzindo a diferença de rentabilidade em relação aos bancos privados."
O BB divulgou hoje, antes da abertura do mercado, os seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2019. Quando conversei com as corretoras, os analistas já tinham suas previsões.
Mario Mariante, analista da Planner, por exemplo, já esperava que o banco continuasse entregando resultados crescentes, com foco no crescimento de suas operações e no incremento na rentabilidade. Um reflexo da melhora da margem financeira, da redução de provisões para calotes, crescimento das rendas de tarifas, aliado ao forte controle dos custos. "Temos recomendação de compra para os papéis e preço justo de R$ 62,00/ação", completa.
No segundo trimestre, o Banco do Brasil foi uma das surpresas, superando as expectativas e atingindo R$ 4,4 bilhões de lucro líquido e 17,6% de rentabilidade.
Mês a mês lembramos que não é somente os bons resultados da empresa que fazem os olhos dos analistas e gestores brilharem. A postura da diretoria, que defende uma extensa pauta de privatização, tem se mostrado muito bem sucedida. Recentemente a instituição realizou uma oferta de ações bilionária na bolsa com a venda de papéis que pertenciam ao fundo de infraestrutura do FGTS e da tesouraria do banco.
Em entrevista recente, Rubem Novaes, presidente do BB, também voltou a dizer que em sua opinião pessoal a privatização do Banco do Brasil é inevitável. Enquanto isso não aparece nos planos do governo, o banco segue com sua estratégia de privatizar suas subsidiárias e focar em investimentos mais alinhados ao perfil da instituição.
Bola de segurança
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) chegam a mais um mês no topo do pódio das corretoras, com quatro indicações. Nos últimos tempos, a queridinha tem se destacado entre as favoritas das corretoras.
O desempenho na bolsa comprova que as indicações foram certeiras: os papéis acumulam alta de 33% no ano, contra 24% do Ibovespa, o principal índice da bolsa.
Mas a estatal deu um susto nos investidores durante o leilão das áreas do pré-sal da cessão onerosa, que aconteceu ontem (6). Tudo em razão do apetite da empresa, que arrematou o campo de Búzios em um consórcio no qual ficou com 90% de participação.
As ações da Petrobras chegaram a cair mais de 5% após a confirmação do lance. Mas reduziram as perdas depois que a estatal pisou no freio e arrematou apenas mais uma área, a de Itapu.
O leilão do pré-sal foi um dos principais eventos dentro de um ano repleto de novidades e algumas crises para a estatal. Além da recuperação dos preços do petróleo, a Petrobras passou uma reestruturação, diminuindo a alavancagem e se comprometendo com a diminuição de despesas operacionais, o que segundo André Alírio, operador de renda fixa da Nova Futura, fez a ação voltar a ser atrativa.
E no terceiro trimestre do ano, a Petrobras colheu bons frutos. O aumento da produção se refletiu nos números e a estatal registrou um lucro líquido de R$ 9,087 bilhões.
"As ações da Petrobras são fundamentais dentro de uma estratégia de investimento. A empresa está, inclusive, na minha seleção de investimentos de debêntures", completa Alírio.
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