O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta quinta-feira, 22, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não apresentou uma proposta de privatização da Petrobras. "Quando chegar [a proposta], eu falo", afirmou.
"[O governo] estuda privatizar qualquer coisa. Tudo é levantado, tudo é discutido. Você vai ter que analisar o custo-benefício, o que é bom para o Brasil o que não é. Tudo você pode ser estudado", declarou em conversa com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada.
Ontem, uma reportagem publicada pelo Valor Econômico disse que o governo quer concluir a venda da estatal até 2022. A notícia provocou uma reação imediata nos mercados: as ações PN da Petrobras (PETR4) encerraram em alta de 5,95%, a R$ 25,20. Os papéis ON (PETR3) avançaram 5,32%, a R$ 27,90.
O impulso nos ativos da Petrobras puxou o Ibovespa como um todo — as ações da estatal possuem um peso relevante na composição da carteira. O principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com ganhos de 2%, aos 101.201,90 pontos. Confira a cobertura completa dos mercados do dia.
Correios: 2020 é logo ali
Já o secretário de Desestatização Salim Mattar disse que a privatização dos Correios deve ficar mais clara no início de 2020.
Em entrevista à rádio CBN, o secretário afirmou nesta quinta-feira, 22, que após a inclusão da empresa no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) o caso passa para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que fará estudos e deve apresentar todas as opções para os Correios. "Todas as alternativas serão estudadas pelo BNDES e isso vai demorar um pouco. Vai ficar mais claro no princípio do próximo ano", afirmou.
Vale reforçar que a empresa tem monopólio do serviço postal e do correio aéreo nacional (serviço postal militar) assegurado pela Constituição. Por conta disso, sua privatização passa, necessariamente, pelo Congresso, por meio da aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e esse processo pode demorar de dois a três anos, de acordo com Mattar.
Na visão do secretário, todos em Brasília estão conscientes de que é preciso reduzir o tamanho do Estado. "Vejo hoje uma grande receptividade no Congresso para a venda dessas estatais", disse ao reforçar que há um "senso de responsabilidade" em relação aos destinos do país. Para Mattar, sociedade também está mais consciente que o "Estado empresário está com seus dias contados".
Mattar destacou ainda que a sociedade mudou muito e os Correios atualmente tem operado mais como uma entregadora de pacotes. "Temos de nos perguntar: deve o Estado ter uma empresa entregadora de pacotes? Estamos tentando redefinir o papel do Estado".
Eletrobras
Com relação à privatização da Eletrobras, Mattar afirmou que a estatal deve ser privatizada mais cedo que as demais porque precisa de dinheiro. "Precisamos acelerar o processo", disse. O secretário afirmou, porém, que o governo continuará acionista da elétrica, com uma participação entre 30% e 40%.
*Com Estadão Conteúdo