Para praticamente seis em cada 10 brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro não fez nada digno de nota ou se fez, eles não sabem. Esse foi o resultado de uma sondagem do Datafolha, que perguntou o que o presidente fez de melhor nos seis primeiros meses de mandato e deixou as respostas livres, ou seja, não apresentou opções a serem escolhidas.
Para 39%, Bolsonaro não fez “nada” e outros 19% disseram “não saber”. O quesito mais lembrado espontaneamente foi segurança, com 8%, seguido da reforma da Previdência, com 7%. Fim da corrupção teve 4%. As demais citações como política externa, ministros, Bolsa Família, fim do horário de verão, nomeação de Sergio Moro e rodovias ficaram na margem de erro, de 2 pontos percentuais. Foram ouvidas 2.860 pessoas com mais de 16 anos em 130 cidades.
Entre os que votaram em Bolsonaro no segundo turno, 17% disseram não ter visto nada de muito positivo. O percentual dos que responderam “nada” sobe a 45% entre mulheres e aqueles com ensino fundamental, vai a 46% entre negros, a 47% no Nordeste, para 52% dos que se identificam com religiões de matrizes africanas e chega a 76% entre o grupo que avalia o governo como ruim ou péssimo.
Questionados sobre o que o presidente teria feito de pior, 21% citaram o decreto das armas, 19% disse “não saber” e outros 18% disseram “nada”. A reforma da Previdência teve 12%, e o quesito imagem pública, que inclui declarações desnecessárias, uso de palavras ofensivas postura com relação aos filhos e articulação política, ficou com 9%.
O mesmo Datafolha tinha captado, no começo do mês, uma divisão simétrica na avaliação da população com relação ao presidente. Para 33%, Bolsonaro faz um trabalho ótimo ou bom, outros 33% classificam como ruim ou péssimo e 31% dão nota regular.
O presidente diz não acreditar nos institutos de pesquisa, pois erraram os resultados de sua eleição. Ainda assim, os números sugerem que o governo está se comunicando mal com a população e até mesmo com o terço do eleitorado que é defensor do presidente.
Será interessante ver se o Datafolha voltará às ruas após a esperada liberação das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O anúncio era para ter sido feito na última quinta-feira, para coroar os 200 dias de governo, mas acabou postergado e deve acontecer nesta quarta-feira. A conferir, também, se será feita mudança na multa de 40% que incide sobre demissão sem justa causa, alteração que pode gerar mais repercussão negativa que a eventual liberação do saldo total ou parcial de contas ativas e inativas.