O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 31, que o contingenciamento de R$ 1,4 bilhão em órgãos do Executivo é "um corte pequeno em um orçamento superestimado", de quase R$ 200 bilhões.
"Se tem lei, tenho que seguir a lei, não sou ditador nem o 'Dilmo' de calça comprida", afirmou, fazendo referência ao crime de pedalada fiscal pelo qual a ex-presidente Dilma Rousseff teve seu mandato cassado em 2016. "Entre a crítica e o impeachment, eu fico com o contingenciamento".
De saída do Palácio da Alvorada para o evento de inauguração de trecho da Ferrovia norte-sul em Anápolis (GO), Bolsonaro ainda falou que está "tudo acertado" quanto a indicação de seu filho, Eduardo, para a embaixada nos Estados Unidos.
O presidente voltou a atacar a Comissão da Verdade, criada para apurar crimes cometidos durante a ditadura militar: "não tem verdade nenhuma".
Novo contingenciamento
No novo contingenciamento, o ministério mais atingido foi o da Cidadania, que teve mais R$ 619,166 milhões congelados. No total, a pasta tem contingenciados R$ 1,3 bilhão de um orçamento total de R$ 4,9 bilhões no ano. Em seguida, a tesourada foi maior na Educação, com R$ 348,471 milhões contingenciados. O ministério tem R$ 6,1 bilhões contingenciados de um orçamento de R$ 25 bilhões - os cortes na Educação foram alvos de protestos no início do ano.
O Ministério da Economia teve mais R$ 282,574 milhões contingenciados, e o Turismo, R$ 100 milhões. Também foram atingidos os ministérios da Ciência, Tecnologia e Comunicação (R$ 59,78 milhões), Agricultura (R$ 54,69 milhões), Relações Exteriores (R$ 32,8 milhões), Meio Ambiente (R$ 10,1 milhões) e Saúde (R$ 6,993 milhões).
*Com Estadão Conteúdo