Bolsonaro vai usar reforma de Temer e fala em idade mínima de 62 anos para homens e 57 anos para mulheres
Presidente também falou que se estuda idade mínima diferente para servidores públicos e não descarta acabar com a Justiça do Trabalho
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que deve utilizar parte da reforma da Previdência iniciada no governo de Michel Temer, com algumas revisões, e que sua equipe pretende sugerir uma idade mínima inicial de 62 anos para homens e 57 anos para mulheres.
As declarações foram dadas em entrevista ao “SBT”. A estratégia de utilizar o texto que já está na Câmara já vinha sendo aventada como uma forma de ganhar tempo na tramitação da matéria. Ainda de acordo com Bolsonaro, a ideia é instituir uma data de corte para as idades até o fim de 2022, ampliando a contribuição de acordo com os anos após a promulgação da medida.
Segundo Bolsonaro, o novo presidente faria uma reavaliação e aumentaria as idades. O presidente, ponderou, no entanto que essa é uma ideia inicial.
De acordo com Bolsonaro, enviar toda a reforma de uma só vez, “em um pacote”, pode levar a erros e “não queremos errar”. Além disso, disse o presidente, a oposição pode utilizar contra o governo a ideia de fixar de imediato a idade de 65 anos.
O presidente também falou que a reforma vai levar em conta “aqueles que tem expectativa de vida menor” e que haverá diferenças “para facilitar a aprovação”. A questão, que o presidente deixou de falar, é que a expectativa de vida ao nascer não importa muito para a previdência, mas sim a expectativa de sobrevida após os 60 anos ou 65 anos.
Falou em idade mínima final de 57 pra mulher e 62 pro homem. Está abaixo da aposentadoria por idade urbana (60/65) e do BPC da empregada doméstica e do pedreiro (65/65).
— Pedro Fernando Nery (@pfnery) January 3, 2019
Nas aposentarias públicas, Bolsonaro disse que não pretende elevar a contribuição já paga pelos servidores, mas que eles podem sim ter uma regra de idade diferente, pois eles "não estão sujeitos às intemperes dos outros”. Ficam de fora os servidores da segurança, algo já defendido previamente por ele.
Impostos
Bolsonaro voltou a dizer que de sua parte não haverá a volta da CPMF, o famigerado imposto do cheque. Ele estava sendo questionado sobre uma proposta defendida pelo secretário da Receita, Marcos Cintra, de eliminar impostos e simplificar declaração e fiscalização por meio de uma cobrança sobre a movimentação financeira.
Segundo Bolsonaro, esse imposto único seria bem-vindo, mas seria algo para o longo prazo. Ele disse que vai discutir as sugestões que virão da equipe econômica para fazer uma reforma “que tenha efeito mais rápido o possível junto aos que produzem”.
De acordo com Bolsonaro, a ideia é fazer “entrar dinheiro” no caixa no governo sem aumento de impostos, mas sim simplificando e desburocratizando. Ele deu como exemplo as 5 mil portarias editadas pela pasta da infraestrutura, que devem cair pela metade já em janeiro.
Bolsonaro disse que não está seguindo o presidente americano Donald Trump “e ele fez muita coisa certa por lá”, mas acha que devemos adotar a regra ditada por Trump de extinguir duas normas antigas para cada nova que venha a ser criada. “Quanto mais complicado o país, mais leis ele tem”, disse.
Reforma trabalhista
Questionado sobre a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre acabar com a legislação fascista da CLT, Bolsonaro disse que o ministro sabe que os diretos dos trabalhadores são cláusula pétrea da Constituição. O que Guedes pretende, segundo Bolsonaro, é “facilitar a vida de quem produz”, reduzindo encargos. “A ideia é aprofundar a reforma sem tirar direitos de ninguém”, disse.
Bolsonaro também não descartou acabar com a Justiça do Trabalho após ser questionado sobre tema. Segundo o presidente, o assunto está sendo estudado e havendo clima, “poderíamos discutir e mandar para frente”
Guedes se alinha a Bolsonaro e sobe tom da campanha — veja as indiretas que o ministro mandou para Lula
Falando para uma plateia de empresários cariocas, ele se comprometeu com o Auxílio Brasil de R$ 600, reivindicou a autoria do Pix e considerou equivocadas as projeções de analistas para a inflação
O que Bolsonaro, Lula e Ciro querem para o Brasil? Confira o programa de governo dos presidenciáveis
Os três já apresentaram seus planos para o país: um prioriza transformar o Brasil em uma potência econômica, o outro foca na restauração das condições de vida da população e o terceiro destaca aspectos econômicos e educacionais
Vão fatiar: Lula e Bolsonaro querem desmembrar Economia e ressuscitar ministérios de outras áreas — veja a configuração
Caso o petista vença, a ideia é que o número de ministérios passe dos atuais 23 para 32. Já Bolsonaro, que na campanha de 2018 prometeu ter apenas 15 ministérios e fazia uma forte crítica ao loteamento de cargos, hoje tem 23 e também deu pastas ao Centrão
Avanço de Ciro e Simone na pesquisa BTG/FSB ajuda Bolsonaro a forçar segundo turno contra Lula
Em segundo turno, porém, enquanto Lula venceria em todos os cenários, Bolsonaro sairia derrotado em todas as simulações da pesquisa BTG/FSB
Propaganda barrada: ministro do TSE atende pedido de Lula e proíbe Bolsonaro de usar imagens do 7 de setembro em campanha; veja qual foi o argumento
O ministro viu favorecimento eleitoral do candidato e atendeu a um pedido da coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para barrar as imagens
Lula vs. Bolsonaro: no ‘vale tudo’ das redes sociais, quem está vencendo? Descubra qual dos candidatos domina a batalha e como isso pode influenciar o resultado das eleições
A corrida eleitoral começou e a batalha por votos nas redes sociais está à solta; veja quem está ganhando
‘Bolsonaro não dormiu ontem’: Lula comemora liderança nas pesquisas e atribui assassinato de petista a presidente ‘genocida’
O candidato do PT afirmou que o presidente não consegue convencer a população mesmo com gastos eleitoreiros altos
Bolsonaro é o candidato com maior número de processos no TSE — veja as principais acusações contra o presidente
Levantamento mostra que o candidato à reeleição é alvo de quase 25% das ações em tramitação na Corte até o início de setembro
7 de setembro ajudou? A distância entre Lula e Bolsonaro é a menor desde maio de 2021, segundo pesquisa Datafolha
Levantamento foi feito após as manifestações do Dia da Independência, feriado usado pelo atual presidente para atos de campanha, algo que nunca tinha acontecido na história recente do Brasil
Um novo significado de ‘imbrochável’: Jair Bolsonaro explica coro em discurso de 7 de setembro
Em transmissão nas redes sociais, Jair Bolsonaro explicou que o coro seria uma alusão ao fato de resistir a supostos ataques diários contra seu governo