Com o avanço dos serviços digitais, o Itaú Unibanco intensificou o fechamento de suas agências nas ruas. Apenas no segundo trimestre deste ano foram 212 unidades a menos no país e no exterior.
Em teleconferência com jornalistas na manhã de hoje para comentar os resultados do segundo trimestre, o presidente do maior banco privado brasileiro, Candido Bracher, deu a entender que esse processo deve continuar ao longo deste ano, ainda que em um ritmo menor.
"Onde temos agências próximas e uma delas é capaz de comportar o fluxo de clientes há possibilidade de redução", disse Bracher.
Em junho deste ano, o Itaú contava com uma rede de 4.722 pontos de atendimento, dos quais 3.332 são agências localizadas no país.
Bracher afirmou que o fluxo de clientes aos locais tem diminuído conforme cresce a oferta de serviços digitais. O banco abre hoje 70 mil contas digitais por mês, praticamente o mesmo número das agências, sem considerar as aberturas realizadas para atender a folha de pagamento de empresas, segundo o executivo.
A redução no número de agências representa corte de custos para o banco, ainda que leve a uma despesa maior no curto prazo. Outra iniciativa que vai na mesma direção foi o lançamento do programa de desligamento voluntário (PDV).
O presidente do Itaú disse que não há como estimar cono será adesão, mas disse que existem 6.900 funcionários que podem optar optar ao PDV, que vai de 1º a 31 de agosto. O último programa do tipo foi realizado pelo banco há uma década. Mais uma vez, ele creditou a iniciativa do PDV ao avanço dos serviços digitais, que reduzem a necessidade de pessoal.
Nunca antes na carreira
Com a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência, Bracher disse que o Brasil deve passar por uma situação macroeconômica como ele nunca viu na carreira.
A expectativa do presidente do Itaú Unibanco é que a reforma seja aprovada na Câmara e no Senado até o fim de setembro. A economia prevista, que deve superar R$ 1 trilhão em dez anos incluindo a medida provisória que combate as fraudes na Previdência, deve levar ao fim do aumento da relação entre a dívida o PIB do país.
Bracher disse que a situação fiscal controlada se soma ao cenário de inflação comportada, taxa de juros no menor nível histórico e em tendência de queda, além da redução da dependência externa do país.
"Estou vendo um esforço geral na direção de criar condições para a economia crescer mais", afirmou aos jornalistas.
CPMF, não
O presidente do Itaú também elogiou a proposta de reforma tributária em discussão no Congresso. Mas se mostrou contrário à proposta de criação de um imposto sobre movimentações financeiras, na linha da antiga CPMF.
"Acho que é um imposto do atraso", disse, ao argumentar que a CPMF é um imposto que pune cadeias produtivas mais longas e prejudica as exportações ao incidir tanto na origem como no destino.