🔴 ACOMPANHE OS RESULTADOS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES DA TEMPORADA DE RESULTADOS DO 4T24 VEJA AQUI

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.

Sobe e desce

Só deu dólar em novembro! Confira o ranking dos melhores e piores investimentos do mês

Dólar foi o melhor investimento do mês, com alta de quase 6%; Ibovespa fechou com resultado positivo, mas renda fixa apanhou com fortes perdas

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
29 de novembro de 2019
19:37 - atualizado às 11:31
Dólar forte

Em novembro, o dólar reinou absoluto no ranking dos melhores investimentos do mês. Com forte alta de quase 6%, a moeda americana ultrapassou a barreira psicológica dos R$ 4,20. O segundo lugar ficou por conta do IFIX, o Índice dos Fundos Imobiliários, com uma alta formidável de 3,52%. E quem completou o ranking foi a bolsa: depois de muitos altos e baixos, o Ibovespa fechou o mês com ganho de 0,95%, aos 108.233,28 pontos.

Mas se os ativos de risco se saíram bem em novembro, o mesmo não podemos dizer da renda fixa. E desta vez não estou falando da poupança com sua parca rentabilidade, nem das aplicações atreladas às taxas de juros, cuja remuneração vem acompanhando nosso minguado CDI.

Com esses investimentos, o cenário continuou o mesmo dos meses anteriores: remuneração baixa, em linha com a Selic de 5% ao ano. Mas quem sofreu mesmo foi a renda fixa prefixada e atrelada à inflação, principalmente os de longo prazo.

Bastante voláteis, esses títulos tiveram fortes desvalorizações no mês de novembro, refletindo um aumento nas taxas de juros futuros, fenômeno que faz os preços desses papéis recuarem.

Finalmente, a lanterna do ranking ficou com o mais do que volátil bitcoin, que viu um movimento forte de correção em novembro.

Os melhores investimentos de novembro

Melhores investimento de novembro de 2019

Leia Também

Pressão no câmbio...

Novembro de 2019 entrou para a história do mercado de capitais brasileiro como o mês em que o dólar à vista fechou acima de R$ 4,20 pela primeira vez. E pela segunda, terceira, quarta, quinta e sexta vezes também.

A moeda americana, que começou o novembro cotada por volta dos R$ 4, termina o mês a R$ 4,2407, puxada por uma série de fatores domésticos e internacionais. Com isso, a divisa já acumula uma valorização de 5,77% no mês e 9,54% no ano.

O dólar começou o mês pressionado pelo clima de incerteza política na América Latina devido a crises e tensões sociais. Os protestos no Chile e na Bolívia, bem como a crise econômica argentina fazem o Brasil ficar mal na fita por uma questão regional. A aversão a risco em relação a países emergentes aumentou.

A derrubada, pelo Supremo Tribunal Federal, da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, o que levou à soltura do ex-presidente Lula, colocaram ainda mais lenha na fogueira, deixando o mercado temeroso de que o retorno do petista à vida pública pudesse intensificar ainda mais a polarização política do país e levar a protestos também por aqui.

Também ocorreu uma grande frustração do mercado com o resultado dos leilões de petróleo ocorridos no início do mês. Os investidores haviam se posicionado para um alívio na cotação da moeda americana, projetando uma forte participação de empresas estrangeiras, com consequente entrada de dólares no país. Mas o gringo preferiu ficar de fora.

Somam-se a tudo isso outros fatores que já vinham pressionando o câmbio há algum tempo. Por um lado, o país ainda mostra significativos riscos pelo lado fiscal e não inspira confiança aos investidores estrangeiros.

Por outro, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos está tão baixo com a Selic em sua mínima histórica, que não é mais vantajoso, para o capital estrangeiro especulativo, fazer operações de curto prazo por aqui para tentar ganhar dinheiro com os nossos juros.

O juro baixo também leva as empresas brasileiras a trocarem dívida em dólar por dívida em real. Além disso, com a proximidade do fim do ano, multinacionais remetem lucros para o exterior.

Lá fora, as incertezas com a guerra comercial levam os investidores a buscarem proteção no dólar, o que tem impedido a moeda americana de se enfraquecer globalmente mesmo quando as bolsas sobem.

Mas foi nesta última semana do mês que o dólar marcou seus últimos recordes. Na última quarta-feira (27), a moeda atingiu nova máxima histórica de fechamento (R$ 4,2586) e nova máxima intradiária (R$ 4,2772).

Uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, levou a um novo rali da moeda. Ele recomendou aos investidores que se acostumassem com juros mais baixos e câmbio mais alto - segundo ele, a atual conjuntura econômica faz com que a taxa de equilíbrio do dólar seja mais alta.

Atuações do Banco Central chegaram a dar um certo alívio no mercado de câmbio, mas não foram suficientes para empurrar o dólar de volta para baixo de R$ 4,20.

...e nos juros

A forte alta do dólar acabou pressionando os juros futuros, o que levou as curvas de juros a abrirem em novembro. Em outras palavras, os juros esperados pelo mercado para datas futuras subiram.

O temor do mercado é que o dólar mais forte acabe impactando a inflação, abreviando o ciclo de queda de juros que estamos vivendo - ou mesmo levando o BC a subir um pouco a Selic antes do esperado.

A alta do dólar não tem tido mais tanto impacto nas expectativas de inflação, mas ainda assim é de se esperar que uma valorização significativa da moeda americana possa impactar os preços internamente.

O mercado vinha precificando uma queda muito forte de juros anteriormente, chegando a esperar que a Selic chegasse a 4,5% ou mesmo 4% ao ano.

Com a alta do dólar em novembro, essas expectativas foram frustradas, principalmente depois que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deixou claro que a instituição agiria sobre os juros caso a valorização da moeda americana mexesse com as projeções para os índices de preços a ponto de exigir um ajuste da Selic para cima.

Ou seja, no fim das contas, a alta nos juros futuros foi um ajuste de expectativas: as projeções do mercado davam conta de uma Selic baixa demais no futuro, mais baixa talvez do que o novo patamar da cotação da moeda americana comporta.

Só que esse ajuste impactou os preços dos títulos de renda fixa de remuneração prefixada ou atrelada à inflação. Como eu já expliquei nesta matéria, esses títulos se valorizam quando a perspectiva é de queda nos juros - que é o que vinha acontecendo ao longo de 2019. Mas quando os juros futuros sobem, a tendência dos preços de mercado desses papéis é para baixo.

Com isso, vimos desvalorizações nos títulos públicos e debêntures com essas características. É claro que essas perdas só se materializam para os investidores que vendem seus papéis antes do vencimento, a preço de mercado, realizando o eventual prejuízo. Quem fica com o papel até o vencimento recebe a rentabilidade contratada no ato do investimento e não tem com que se preocupar.

Os títulos de prazo mais longo foram os que mais sofreram, posto que são os mais voláteis, ficando sujeitos a oscilações mais fortes. Com isso, o grande perdedor entre os títulos públicos foi aquele de vencimento em 2045, seguido do papel que vence em 2050, menos volátil porque adianta parte da rentabilidade na forma de juros pagos semestralmente.

Ibovespa sobreviveu ao sabor do olhar do gringo

Em um mês tão agitado para dólar e juros, o mercado de ações ficou até meio apagado. Mas, entre mortos e feridos, o Ibovespa sobreviveu, bateu novo recorde e, depois de muitos altos e baixos, conseguiu fechar novembro com ganho de 0,95%, aos 108.233,28 pontos.

É pouco, se pensarmos que o índice chegou a terminar um pregão acima dos 109 mil pontos pela primeira vez no início do mês. Mas dados o avanço da moeda americana, as idas e vindas da guerra comercial entre EUA e China, a aversão a risco internacional em relação a mercados emergentes e a ausência de notícias positivas no cenário doméstico, até que foi um bom resultado.

Dados apontando alguma recuperação econômica beneficiaram o índice neste mês. Outro fator que pesou positivamente foram os relatórios emitidos por instituições financeiras internacionais com prognósticos muito otimistas para a bolsa brasileira em 2020.

Melhores e piores ações de novembro de 2019

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
conteúdo EQI

Onde investir R$ 10 mil? Simulador de investimentos indica as melhores oportunidades de acordo com o seu perfil

6 de fevereiro de 2025 - 8:00

Seja você conservador, moderado ou arrojado, saiba onde investir com a ajuda do simulador de investimentos da EQI Research

SILVIO SANTOS AVISOU…

Vale mais do que dinheiro: demanda por ouro bate recorde em um ano e investimentos explodem

5 de fevereiro de 2025 - 14:35

Os preços mais elevados do metal precioso, no entanto, têm afetado em cheio do mercado de joias, que deve continuar em baixa em 2025

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um (dilema) Tostines na bolsa: Ibovespa reage a balanços e produção industrial em dia de aversão ao risco lá fora

5 de fevereiro de 2025 - 8:08

Santander Brasil é o primeiro bancão a divulgar balanço do quarto trimestre de 2024; Itaú publica resultado depois do fechamento

MERCADOS HOJE

Dólar registra maior sequência de perdas ante o real na história com “trégua” do tarifaço de Trump

4 de fevereiro de 2025 - 18:47

A moeda norte-americana fechou a R$ 5,77, chegando no menor nível desde novembro do ano passado durante a sessão

ESTÁ CHEGANDO A HORA

Dólar livre na Argentina já tem data para acontecer; saiba quando Milei vai suspender o controle cambial de vez

4 de fevereiro de 2025 - 15:42

O plano inicial do presidente argentino era suspender o chamado cepo cambial ainda este ano, mas, para isso acontecer, existem condições

CONTRA A MARÉ

A próxima “Grande Aposta” está no Brasil? Os gestores que lucraram na crise financeira de 2008 dizem que sim

4 de fevereiro de 2025 - 9:47

“Você está falando apenas do mercado que acabou de ter dividend yield de 10% apenas no índice”, disse Peter Collins, sobre a bolsa brasileira

DIAS 13 E 14

Trump lança guerra comercial ampla, geral e irrestrita — e já lida com as retaliações

3 de fevereiro de 2025 - 11:02

Donald Trump impõe tarifas às importações de Canadá, México e China e agora ameaça a União Europeia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem de uma mudança: Ibovespa se prepara para balanços enquanto guerra comercial de Trump derruba bolsas mundo afora

3 de fevereiro de 2025 - 8:01

Trump impõe ao Canadá e ao México maiores até do que as direcionadas à China e coloca a União Europeia de sobreaviso; países retaliam

BALANÇO DO MÊS

Efeito janeiro? Ibovespa é o melhor investimento do mês, à frente do bitcoin; títulos públicos longos e dólar ficam na lanterna

31 de janeiro de 2025 - 19:15

O ano começa com alívio à pressão sobre as ações brasileiras e o câmbio vista no fim de 2024, mas juros futuros longos continuaram em baixa, diante do risco fiscal

DÓLAR

Trump tem medo da moeda dos Brics? Por que as ameaças do presidente dos EUA podem surtir efeito oposto ao desejado

31 de janeiro de 2025 - 15:20

Trump repete ameaça de impor sobretaxa de 100% aos países que compõem o Brics se eles insistirem em moeda alternativa ao dólar, mas acaba revelando fraqueza

ALOCAÇÃO DE CAPITAL

Braskem (BRKM5) quer voltar a gerar caixa — e decidiu parar de gastar dinheiro com a Oxygea; entenda a decisão da petroquímica

31 de janeiro de 2025 - 9:22

De acordo com comunicado, a suspensão dos investimentos no negócio está alinhada ao novo direcionamento estratégico da empresa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A bolsa assim sem você: Ibovespa chega à última sessão de janeiro com alta acumulada de 5,5% e PCE e dados fiscais no radar

31 de janeiro de 2025 - 8:01

Imposição de tarifas ao petróleo do Canadá e do México por Trump coloca em risco sequência de nove sessões em queda do dólar

TIRO NO ALVO

Ambipar (AMBP3) alcança mercado internacional e capta US$ 400 milhões em green notes – e a empresa já sabe o que fazer com o dinheiro

29 de janeiro de 2025 - 9:46

Os green notes, ou títulos de dívida verdes, da Ambipar foram oferecidos a investidores institucionais qualificados no exterior

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Depois do bombardeio: Ibovespa repercute produção da Petrobras enquanto mundo se recupera do impacto da DeepSeek

28 de janeiro de 2025 - 7:59

Petrobras reporta cumprimento da meta de produção e novo recorde no pré-sal em 2024; Vale divulga relatório hoje

RANKING

O ano dos FIIs de papel? Confira os fundos imobiliários que tiveram os maiores retornos de dividendos em 2024

27 de janeiro de 2025 - 18:13

A alta dos juros prejudicou o desempenho dos fundos imobiliários em 2024, que impactaram no desempenho dos FIIs na bolsa. Assim, os ativos que tiveram grandes retornos podem se tornar dores de cabeça para os cotistas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A semana vai pegar fogo: Maré vermelha nas bolsas emperra largada do Ibovespa em semana de Copom e Fed

27 de janeiro de 2025 - 8:07

Do Nasdaq Futuro às criptomoedas, investidores reagem mal a avanços anunciados por empresas chinesas no campo da inteligência artificial

MOEDA NORTE-AMERICANA

Efeito Donald Trump: dólar recua pelo 5º pregão seguido, acumula queda de 2,42% na semana e fecha a R$ 5,91

25 de janeiro de 2025 - 12:17

Com máxima a R$ 5,9251, na reta final da sessão, o dólar à vista fechou em baixa de 0,12%, cotado a R$ 5,9186 — no menor valor de fechamento desde 27 de novembro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não se esqueça: Ibovespa tenta reação em dia de IPCA-15 e reunião ministerial para discutir inflação dos alimentos

24 de janeiro de 2025 - 7:56

IBGE divulga hoje a prévia da inflação de janeiro; em Brasília, Lula reúne ministros para discutir alta dos preços dos alimentos

DERRUBANDO PINOS

O strike de Trump na bolsa: dólar perde força, Ibovespa vai à mínima e Petrobras (PETR4) recua. O que ele disse para mexer com os mercados?

23 de janeiro de 2025 - 14:27

O republicano participou do primeiro evento internacional depois da posse ao discursar, de maneira remota, no Fórum Econômico Mundial de Davos. Petróleo e China estiveram entre os temas.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Todo vazio será ocupado: Ibovespa busca recuperação em meio a queda do dólar com Trump preenchendo o vácuo de agenda em Davos

23 de janeiro de 2025 - 8:15

Presidente dos Estados Unidos vai participar do Fórum Econômico Mundial via teleconferência nesta quinta-feira

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar