O Ministério da Economia revisou nesta sexta-feira, 12, a projeção oficial para o crescimento da economia neste ano: 0,81%, ante 1,6% de maio. O dado consta no Boletim MacroFiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.
A redução da projeção de PIB se deve a questões estruturais e choques de curto prazo, justificou a SPE. Entre os fatores que afetaram no curto prazo estão a guerra comercial no exterior, as intempéries climáticas que prejudicaram a agricultura e o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), que impactou a indústria.
"Cerca de 1/3 da queda da indústria até o momento pode ser atribuída aos reflexos produzidos pela tragédia de Brumadinho", afirma o Boletim MacroFiscal da SPE, divulgado nesta sexta-feira.
Para a secretaria, o baixo crescimento revela que o país sofreu uma quebra estrutural de redução do seu nível de desenvolvimento. Com essa mudança estrutural, houve uma queda substancial de produtividade, aliado a um quadro de descontrole fiscal.
O documento ressalta que a retomada do crescimento da economia brasileira deverá passar necessariamente por um conjunto de reformas de reequilíbrio fiscal, em especial a da Previdência e reformas pró-mercado.
PIB 2021 e IPCA
A SPE informou ainda, pela primeira vez, suas projeções para o PIB nos anos de 2021, 2022 e 2023. Em todos os casos, a projeção é de alta de 2,5% para o PIB. De acordo com a secretaria, essas projeções não incorporam o efeito completo da reforma da Previdência e as novas medidas que "beneficiarão a economia no curto prazo".
O Ministério da Economia revisou a projeção oficial para o IPCA - o índice oficial de inflação - em 2019, de 4,1% para 3,8%.
Já a projeção para o INPC em 2019 passou de 4,8% para 4,0%. No caso do IGP-DI, a projeção deste ano passou de 6,1% para 6,6%.
No documento desta sexta, a SPE não divulgou seus parâmetros para a Selic (a taxa básica de juros) e o câmbio médio em 2019. Em documentos anteriores, estes dois parâmetros constaram no material.
*Com Estadão Conteúdo