🔴 É HOJE, ÀS 12H: COMPRAR OU VENDER VALE3? ASSISTA AO VIVO

Seu Dinheiro
Seu Dinheiro
No Seu Dinheiro você encontra as melhores dicas, notícias e análises de investimentos para a pessoa física. Nossos jornalistas mergulham nos fatos e dizem o que acham que você deve (e não deve) fazer para multiplicar seu patrimônio. E claro, sem nada daquele economês que ninguém mais aguenta.
entrevista

É inconcebível que alguns setores tenham tarifa de proteção de 35%, diz cofundador da Natura

Para Pedro Passos, o ciclo da substituição de importações acabou; em entrevista, ele avalia que a proteção tarifária faz país produzir ‘carroças’

Seu Dinheiro
Seu Dinheiro
30 de novembro de 2019
11:10 - atualizado às 11:13
Pedro Passos. - Imagem: Reprodução/ Youtube / Endeavor Brasil

O empresário Pedro Passos, cofundador da Natura, é uma voz rara entre seus pares a apoiar a abertura econômica do País. Nesta entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele diz que, em razão de uma proteção tarifária de até 35%, o Brasil ainda produz "carroças" em vários setores - e "carroças" caras.

Segundo Passos, o aumento da concorrência proporcionado pela abertura deverá impulsionar a produtividade, estagnada há 20 anos, e permitir a redução de custos dos investimentos e a ampliação do poder de compra da população. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria divulgou um estudo segundo o qual um unilateral corte de tarifas no Mercosul reduziria o PIB em dez ramos industriais e comprometeria a retomada do crescimento. Como o sr. vê a proposta do governo, de corte de 50% nas tarifas do Mercosul?


O modelo atual já não resiste mais. Hoje, poucos setores no País são contra a abertura econômica, pelo menos no discurso oficial. A discussão é mais como e com que velocidade e intensidade vamos abrir a economia. Acredito que a abertura é fundamental para aumentar a competitividade e a produtividade, que está estagnada há 20 anos, e para promover o crescimento sustentável. Mas o governo tem de liderar o processo, porque isso não vai emergir do mundo empresarial, de baixo para cima.

Muitos representantes da indústria têm mentalidade protecionista, defendem a política de substituição de importações e querem manter os subsídios. Como o sr. analisa essa posição?

O ciclo da substituição de importações acabou, apesar de alguns ainda não terem se dado conta disso. É inconcebível no mundo de hoje imaginar que alguns setores - e setores sensíveis para a economia - tenham tarifa de proteção de 35% (máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio), como o têxtil, o automobilístico e o de brinquedos. É onerar demais o consumidor brasileiro e transmitir um custo regressivo para a sociedade.

O que o faz ter tanta convicção de que o País vai deixar essa política para trás?

Primeiro, os resultados que a gente vem obtendo, com a indústria perdendo relevância. Numa análise fria, vemos que é melhor mudar de direção. Se você olhar para o cenário global, como estão organizadas as cadeias de valor? A maior parte do PIB (Produto Interno Bruto) industrial é de multinacionais. Elas já estão distribuídas globalmente. Os países é que não estão entendendo o que está acontecendo, mas o recado é esse. É só olhar para o mundo que a gente vê para que lado tem de ir.

O sr. não teme o efeito que o estudo da CNI aponta?

Não vamos ser ingênuos. Alguns setores que não têm escala global vão sofrer. Mas precisamos ficar com aquilo que tem mais futuro, que as novas alocações de capital vão determinar. Provavelmente, serão setores que juntam acesso a tecnologia e serviços. A gente tem de impulsionar novos setores dinâmicos da economia e não os mesmos, porque não estão dando resultado. Agora, esse impacto pode ser bem atenuado se definirmos um cronograma para fazer o corte de tarifas de forma gradual, olhando os setores mais sensíveis com cuidado e fazendo uma redução mesclada com acordos comerciais.

Nos anos 1990, o presidente Fernando Collor começou a abrir a economia e dizia que o Brasil fabricava "carroças". Depois, muito dessa abertura foi revertida, por pressões dos empresários. Em sua visão, o Brasil continua produzindo "carroças"?

Sem dúvida, acredito que, em vários setores, a gente ainda produz "carroças" - e "carroças" caras. À medida que você reduz a competição e os investimentos há uma degradação de processos e competitividade. Por isso, em paralelo, precisamos fazer as reformas e remover barreiras burocráticas. Temos de simplificar a economia, abrir o mercado, e tirar os incentivos fiscais que distorcem a alocação de recursos. Temos de fazer uma alocação correta de recursos e investimentos nos locais certos.

Há também receio do efeito da abertura no emprego e de o País ficar como economia secundária no mundo. O sr. não tem essa preocupação?

Ao contrário, à medida que a gente retomar a produtividade conseguirá ter um crescimento sustentável. Aí, virá o emprego. Mas provavelmente serão outros empregos, em outros setores. Não tem sentido uma proteção do status atual nem para trabalhadores nem empresários. O Brasil só responde por 0,6% das exportações mundiais de manufaturados, embora esteja entre os 10 países mais industriais.

*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo 

 

Compartilhe

EFEITO BYD?

Como a “invasão” dos carros chineses impacta as locadoras como a Localiza (RENT3) e a Movida (MOVI3)

25 de abril de 2024 - 6:10

Entrada dos carros elétricos chineses tende a colocar ainda mais pressão sobre as locadoras no momento da revenda dos seminovos; ações acumulam forte queda em 2024

BALANÇO DO 1T24

O vilão da Vale (VALE3): o que fez o lucro da mineradora cair 9% no primeiro trimestre; provisões bilionárias de 2024 são atualizadas

24 de abril de 2024 - 20:26

A divulgação dos dados de produção na semana passada foi um alento para a Vale, que enfrenta um ano terrível na B3

NÃO AGRADOU

O que deu errado para Zuckerberg? Ação da dona do Instagram cai mais de 18% mesmo com lucro acima da meta

24 de abril de 2024 - 18:20

A Meta aumentou as expectativas dos investidores devido justamente ao desempenho financeiro mais robusto dos últimos trimestres, deixando pouco espaço para erros

TURBULÊNCIA NO RESULTADO

Balanço da Boeing: Queima de caixa e queda de receita são destaque no primeiro trimestre, em meio à crise de produção

24 de abril de 2024 - 18:01

A queima de caixa da gigante aeroespacial disparou quase 400% em relação ao ano passado — e existem dois “culpados”, segundo a empresa

NO MORE TRENDS

Sem dancinhas: Biden sanciona lei que proíbe o TikTok nos Estados Unidos apesar do lobby chinês milionário

24 de abril de 2024 - 14:22

Agora, os organizadores da plataforma terão 270 dias — ou nove meses — para vender a operação nos EUA para uma empresa de confiança dos norte-americanos

TRABALHO SÁBADO OU DOMINGO?

Samsung entra em “modo emergência” e instaura semana de seis dias para executivos

24 de abril de 2024 - 13:43

Semana de seis dias é implementada para “gerar senso de crise”, após Samsung apresentar resultados abaixo do esperado em 2023

PRÉVIA OPERACIONAL

“Fraco, mas melhor que o esperado”: os números do Carrefour que fazem esses bancões recomendarem a compra das ações CRFB3

24 de abril de 2024 - 12:58

Com melhora da inflação por aqui, a rede de supermercados e hipermercados somou R$ 27,8 bilhões em vendas brutas totais no período

TROCOU 6 POR…

Após três anos de ‘Ponto :>’, Grupo Casas Bahia (BHIA3) volta a chamar as lojas de Ponto Frio

24 de abril de 2024 - 12:02

Em 2021, a Via Varejo também alterou seu nome para apenas Via e, em seguida, para Grupo Casas Bahia

MAIS UMA TENTATIVA

PetroReconcavo (RECV3) e Eneva (ENEV3) estudam fusão, diz jornal; ações sobem na B3 

24 de abril de 2024 - 11:36

As companhias retomam conversas para a combinação de negócios após tentativas frustradas com outras companhias ‘junior oils’

PRÉVIAS DO BALANÇO

A Vale (VALE3) vai surpreender de novo? O que esperar do balanço da mineradora no 1T24 após produção e vendas que agradaram o mercado

24 de abril de 2024 - 6:01

A companhia divulga nesta quarta-feira (24), após o fechamento do mercado, os primeiros resultados financeiros referentes a 2024; o Seu Dinheiro antecipa o que deve vir por aí

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar