Em médias móveis trimestrais, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou a quinta queda consecutiva no mês de julho. O indicador recuou 0,4 ponto em relação ao mês anterior, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Segundo a coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, após subir no mês anterior, a confiança do consumidor ficou relativamente estável em julho. "Houve muita heterogeneidade nas respostas: entre consumidores de maior poder aquisitivo o otimismo aumentou; entre os demais, as expectativas continuaram sendo revisadas para baixo", disse.
"Aparentemente, para o consumidor de baixa renda, a preocupação com o mercado de trabalho e com a situação financeira familiar são ainda os fatores de maior peso a determinar os movimentos da confiança neste ano", avaliou.
O Índice de Situação Atual (ISA) aumentou 1,9 ponto em julho, para 75,3 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,0 pontos, para 97,7 pontos, permanecendo abaixo do patamar de 100 pontos pelo quarto mês consecutivo.
O componente que mede o grau de satisfação com a economia no momento presente subiu 0,9 ponto. A avaliação sobre a situação financeira das famílias avançou 2,8 pontos, para 70,2 pontos, nível ainda muito baixo em termos históricos, ponderou a FGV.
O item que mede o otimismo com a situação financeira das famílias nos próximos meses caiu 4,1 pontos. A intenção de compra de bens de consumo duráveis encolheu pelo segundo mês consecutivo, acumulando uma queda de 8,0 pontos no período.
No mês de julho, houve melhora na confiança apenas entre os consumidores mais ricos, com renda familiar mensal superior a R$ 9.600. A alta do indicador nessa faixa de renda foi de 4,0 pontos, para 93,0 pontos, puxado por um maior otimismo com a situação econômica futura e maior ímpeto para compras de bens duráveis.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.850 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1 e 20 de julho.
*Com Estadão Conteúdo