O presidente Jair Bolsonaro teve apenas agendas internas no Palácio de Planalto. O que me chamou atenção é que o presidente está desde o dia 26 de fevereiro (estamos em 1º de março) sem postar nada na sua conta do “Twitter”. Algo pouco usual, ainda mais depois das conversas de que ele seria mais atuante nas redes em defesa da reforma da Previdência. Mesmo no período internado em São Paulo a conta sempre teve conteúdo seu ou "retuitado".
Ainda no campo da reforma, a turma do “veja bem” ou de “controle de danos” entrou em ação nesta sexta-feira para explicar as declarações de ontem de Bolsonaro sobre reduzir idade mínima para mulheres e cortar outras “gorduras” do texto original. O vice, general Hamilton Mourão, disse que o presidente foi “mal interpretado” e que ele queria mostrar que tem coisas que o Congresso poderá mudar. O líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), reforçou o coro dizendo que Bolsonaro apenas sinalizou a disposição de negociar. Então tá.
A melhor comparação que vi para o caso estava no “morning call” de uma corretora: “Ao lidar com o Congresso, o presidente seria o equivalente a um jogador de pôquer com uma boa mão, mas que começa a sorrir e suar de felicidade antes de fazer uma aposta, ou seja, parece que não sabe jogar o jogo. Dizer que ‘existe gordura para queimar’ é dar aos deputados exatamente o que eles queriam para satisfazer suas bases, argumentos contrários a pontos da reforma. Seria cômico, se não fosse trágico”. Ainda bem que não foi um "all-in" e ainda há fichas na mesa.