A Natura reportou um lucro líquido contábil, que inclui os efeitos da norma IFRS 16, de R$ 55,9 milhões no segundo trimestre deste ano, desempenho 75,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Excluindo os impactos da regra, o lucro foi de R$ 66,6 milhões, 109,4% superior ao reportado no segundo trimestre de 2018.
A cifra supera estimativas de analistas ouvidos pela Bloomberg, que esperavam um lucro líquido ajustado de R$ 61,767 milhões.
As ações ON da companhia operavam em alta no primeiro pregão após a divulgação dos resultados. Por volta das 13h30, NATU3 eram negociados a R$ 65,18, subindo 1,84%. No ano, a alta é de 45%. Você pode ver detalhes sobre o dia de hoje nos mercados na nossa cobertura.
Ainda em relação aos balanço do segundo trimestre, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) atingiu R$ 557,5 milhões entre abril e junho. O número representa uma alta de 66,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Desconsiderando os efeitos do IFRS 16, o Ebitda foi de R$ 424,7 milhões, alta de 27%.
Já a receita líquida consolidada somou R$ 3,403 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,8%. Em bases ajustadas, que exclui os efeitos não considerados como recorrentes ou não-comparáveis entre os períodos, a receita cresceu 7,7%.
Trimestre movimentado
Foi um trimestre movimentado para a Natura. A empresa fechou em maio a aquisição da americana Avon, sua grande rival histórica no mercado de cosméticos.
A companhia americana foi avaliada em US$ 3,7 bilhões (R$ 15 bilhões) na transação, incluindo as dívidas. Já os negócios combinados das duas devem valer aproximadamente US$ 11 bilhões (R$ 44,5 bilhões).
Juntas, Natura e Avon formarão uma gigante com faturamento anual superior a US$ 10 bilhões (R$ 40,4 bilhões, no câmbio de hoje), mais de 40 mil colaboradores e presença em cem países. A empresa será o quarto maior grupo exclusivo de beleza do setor no mundo.
Também nos últimos três meses, a Natura completou 15 anos com o capital aberto na bolsa. A empresa estreou na antiga Bovespa no dia 26 de maio de 2004.
A oferta realizada no Novo Mercado é considerada um marco no mercado de capitais brasileiro e abriu caminho para mais de uma centena de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa brasileira.
*Com Estadão Conteúdo