As duas maiores redes de jornais dos Estados Unidos vão fundir suas operações. O acordo é avaliado em US$ 1,4 bilhão (mais de R$ 5,5 bilhões), de acordo com o ‘The Wall Street Journal’. O movimento de consolidação vem depois de difíceis ventos contrários enfrentados pelo setor.
A News Media Investment Group (que faz parte da Gate House Media) vai comprar a Gannett em uma operação que envolverá pagamento em dinheiro e ações. A Gate House tem 4oo títulos que somam 4,29 milhões de exemplares diários. Já a Gannett contabiliza 4,32 milhões de leitores em 215 títulos.
No total, serão mais de 600 títulos e mais de 8,6 milhões de clientes diários.
O acordo vinha sendo negociado havia vários meses - em maio, o Wall Street Journal publicou uma reportagem sobre o avanço nas negociações. Mas a fusão deve ser concluída até o fim de 2019. O fechamento do contrato ainda depende de aprovação dos conselhos de ambas as companhias e também de autoridades de regulação.
Estrutura
A New Media terá 50,5% de participação na nova operação, enquanto a Gannett ficará com os 49,5% restantes. O fundo Apollo Global ajudará a estruturar o financiamento da operação, ao organizar um crédito de quase US$ 1,8 bilhão às companhias.
O executivo Michael Reed, da New Media Investment Group, deve ser o presidente da nova empresa combinada, apesar de a Gannett continuar a ter uma operação própria no Estado da Virginia e a manter um executivo responsável pelo dia a dia de sua operação.
Entre os títulos da Gate House estão Columbus Dispatch e Austin American-Statesman. A companhia é conhecida pelas medidas agressivas de cortes de custos - que incluem demissões.
A empresa é operada pelo fundo de private equity (que compra participações em empresas) Fortress Investment Group, que pertence à gigante japonesa Softbank.
A Gannett, dona do Arizona Republic e do Detroit Free Press, recusou no início deste ano uma oferta de aquisição pela Digital First Media, conhecida pela sigla MNG.
Segundo o Wall Street Journal, em um sinal de que a Gate House pretende aplicar sua receita de administração à fusão, as duas companhias anunciaram ontem que pretendem cortar entre US$ 275 milhões e US$ 300 milhões em custos operacionais.
*Com Estadão Conteúdo e agências internacionais