O Facebook avançou em seus planos para o cérebro do usuário. O vice-presidente da divisão de Realidade Virtual e Realidade Aumentada do Facebook, Andrew Bosworth, anunciou em seu perfil na rede social que a empresa comprou a startup CTRL-Labs.
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A iniciativa desenvolve um software que permite ao usuário controlar dispositivos apenas com o pensamento. Com uma pulseira, é startup hoje consegue medir a atividade neural de uma pessoa e determinar o movimento que o usuário está pensando em fazer. A atividade neural é então "traduzida" em um movimento não físico, mas na tela de um computador, por exemplo.
Segundo a Bloomberg, a rede social desembolsou entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão (o equivalente a R$ 4,1, pela cotação de ontem) pela empresa, que tem quatro anos de existência e capital fechado. À publicação, a empresa não quis comentar o negócio.
Mas as ações do Facebook nesta terça-feira, no primeiro dia de pregão pós-anúncio, tiveram queda de 2,97%, a US$ 181, 28. Nesta quarta, os papeis da companhia também operavam em baixa: por volta das 12h, eram negociados a 179,73. Veja nossa cobertura de mercados.
Aquisição importante
A imprensa americana diz que a compra a CTRL-Labs pode um dia ser uma parte essencial por conta da chamada realidade aumentada. Com a tecnologia aplicada a um óculos, por exemplo, seria importante que o usuário pudesse controlar sua atividade online sem uma ferramenta física.
O próprio Facebook tem trabalhado em sua própria tecnologia de realidade aumentada. Em 2017, conforme lembra a publicação, a empresa anunciou uma interface casando a atividade entre cérebro e computador que pode um dia permitir que as pessoas transforme pensamentos em textos na tela. A tecnologia da CTRL-Labs resolveria um problema similar, disse a Bloomberg.
"A pulseira decodificará esses sinais [dos neurônios] e os converterá em um sinal digital, que seu dispositivo poderá entender, dando a você o controle sobre sua vida digital", escreveu Bosworth em seu perfil.
A aquisição da CTRL-Labs é feita um momento especialmente desafiador para o Facebook. A empresa passa por um um escrutínio público nos últimos meses por conta do uso indevido de informações pessoais de usuários.
A questão tem um impacto não só na imagem, mas também financeiro. Em julho, a empresa teve de fechar um acordo de US$ 5 bilhões com a Comissão Federal de Comércio - órgão de defesa do consumidor dos Estados Unidos.
A cifra impactou no lucro líquido do segundo trimestre deste ano da empresa, que caiu 49%, para US$ 2,6 bilhões. Por outro lado, o Facebook teve expansão na receita, em 28%, e na base de usuários, 8%.