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Bolsonaro não tem culpa. BRF diz que restrição a frango brasileiro pela Arábia Saudita não foi política

Pedro Parente, CEO da BRF

Pedro Parente, CEO da BRF

Bolsonaro não tem culpa. A decisão da Arábia Saudita de descredenciar unidades brasileiras habilitadas a exportar carne de frango para o país não tem relação com a intenção do governo brasileiro de transferir a embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A afirmação é de Pedro Parente, presidente da produtora de alimentos BRF.

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Parente atribuiu a decisão do governo saudita a uma política para controlar a oferta de frangos no país. Uma tentativa prévia já havia ocorrido com uma mudança regulatória, mas a BRF se adaptou rapidamente às novas normas, segundo Parente.

"A medida foi outra maneira de controlar a oferta", afirmou o presidente da BRF, que participa de evento para investidores promovido pelo Credit Suisse.

Parente disse que o descredenciamento não teve impacto material para a empresa, já que só uma das unidades que foram descredenciadas exportava para a Arábia Saudita.

Mais agressivo

O presidente da BRF cobrou, porém, uma postura comercial mais agressiva do governo brasileiro.

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"O que está em jogo é a criação de empregos e divisas para o Brasil", afirmou.

Críticas à parte, Parente disse ainda ter "muita esperança" no trabalho do novo time do Ministério da Agricultura e elogiou a visão "pró-negócio" da ministra Tereza Cristina.

Guerra comercial

A guerra comercial entre Estados Unidos e China afetou negativamente os negócios da BRF, embora tenha sido boa para os produtores brasileiros, segundo Parente.

Isso aconteceu porque o preço de commodities como o milho no mercado interno aumentaram, graças à demanda chinesa. A BRF consome 15% da produção de milho brasileira.

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"Ao mesmo tempo, o produtor americano teve que baixar os preços, o que ajudou as empresas de proteínas nos EUA", afirmou.

Esse jogo, contudo, pode virar dependendo do avanço das negociações entre os dois países, ainda segundo Parente.

Novo governo

Parente também fez elogios ao novo governo e à prioridade dada às reformas, como a da Previdência.

"O governo optou por um caminho, que eu concordo, de que as decisões nacionais não podem ser feitas em clima de barganha", afirmou.

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O problema, disse Parente, é como será a capacidade de execução do novo governo nesse contexto. "Se as coisas andarem no setor público tenho certeza que setor privado vai responder."

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