No terceiro dia após o rompimento da barragem 1 da Vale no Córrego do Feijão, o número de mortos passou de 34 para 60 e o de desaparecidos chega a 292, segundo dados da Defesa Civil de Minas Gerais divulgados na manhã desta segunda-feira, 28. Ao todo, já foram localizadas 382 pessoas após a tragédia.
Nesse domingo, a retomada das buscas ocorreu à tarde, depois que a Defesa Civil afastou o risco de um novo rompimento, desta vez da barragem 6, que guarda água da mineradora. Os moradores souberam do perigo às 5h30, quando foram acordados por uma sirene e retirados de casa.
Enquanto o esforço por localizar e resgatar vítimas continua, familiares e amigos enterram seus mortos, como a médica do trabalho Marcelle Porto Cangussu, a primeira vítima a ser identificada. Desde então, outros 18 mortos também foram.
Também nesse domingo, a Justiça de Minas Gerais decretou novo bloqueio de recursos da Vale. Desta vez, o montante servirá para reparação de danos às vítimas da tragédia ocorrida na sexta-feira. No total, os bloqueios judiciais já somam R$ 11 bilhões, quantia que representa 48% do caixa da empresa, de acordo coma consultoria Necton. Para esta segunda-feira, a expectativa é de um pregão na bolsa turbulento para a mineradora.
Se o número de funcionários mortos da Vale ultrapassar 69, o Brasil estará diante do maior acidente de trabalho da história do País, afirmou o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury. O recorde atual é de uma ação decorrente da morte de trabalhadores durante o desabamento de um pavilhão em Belo Horizonte, em 1971.