Fusão criaria negócio semelhante à JBS
No ano passado, a JBS faturou R$ 181 bilhões, e a Tyson, cerca de R$ 160 bilhões. BRF e Marfrig teriam tido receita líquida combinada de R$ 76 bilhões, em 2018
Embora o anúncio das conversas sobre a fusão entre a BRF e a Marfrig tenha causado surpresa no mercado, uma das possíveis explicações para o acordo seria a possibilidade de se criar uma nova plataforma global de carnes. Com a força da BRF em frangos e suínos, principalmente no Brasil, e o porte da Marfrig nos EUA, onde estão mais de 50% de suas vendas, a união criaria um negócio mais semelhante, ainda que bem menor, às operações de JBS e da Tyson Foods.
No ano passado, a JBS faturou R$ 181 bilhões, e a Tyson, cerca de R$ 160 bilhões. BRF e Marfrig teriam tido receita líquida combinada de R$ 76 bilhões, em 2018.
"Não acho que o negócio traga sinergias relevantes, além dos ganhos administrativos e operacionais de praxe", disse o analista de bebidas e agronegócio do Itaú BBA, Antônio Barreto. "Sobram, dessa forma, outras explicações, como a tentativa da BRF para reduzir sua alavancagem de forma mais rápida e a criação de um competidor global de porte mais parecido com a JBS e a Tyson Foods."
Barreto disse, porém, que ainda é discutível se essa seria a melhor alternativa para a dona das marcas Sadia e Perdigão. De um ano para cá, a BRF deu início a um agressivo processo de venda de ativos - levantou R$ 4,1 bilhões e buscava parceiros para as distribuidoras de frango.
Do ponto de vista da redução do endividamento da BRF, havia outras alternativas na mesa, de acordo com ele. O mercado já esperava que, com a gripe suína na China, os resultados da BRF melhorassem de forma sensível ao longo de 2020 e 2021. Tanto que as ações da empresa, subiram cerca de 40% nos últimos três meses. Segundo os balanços do primeiro trimestre das duas empresas, a alavancagem (relação entre dívida e geração de caixa) da BRF era de 5,64 vezes, enquanto a da Marfrig era de 2,76 vezes.
Estratégia. A Marfrig também empreendeu esforço considerável para reduzir dívidas. No ano passado, vendeu a Keystone, maior produtora de carne industrializada, por US$ 2,5 bilhões, à Tyson Foods, e se associou à americana National Beef para se fortalecer em carne bovina.
Por causa da crise que enfrenta desde o fim de 2016, a BRF virou alvo de fundos de investimentos. A americana Tyson Foods foi apontada como uma possível interessada em adquirir o controle da dona da Sadia e Perdigão, segundo fontes.
De acordo com o sócio-diretor da consultoria Duff & Phelps no Brasil, Alexandre Pierantoni, o mercado de fusões e aquisições continua bem ativo no País, a despeito do fraco crescimento da economia. A união entre BRF e Marfrig vai unir dois grupos estratégicos e que têm boa parte de suas receitas em dólar e garante que o controle da empresa fique em mãos brasileiras.
"Nesses primeiros cinco meses, os movimentos de fusões e aquisições continuam no mesmo patamar de 700 a 800 operações ao ano", disse Pierantoni. "Investidores, nacionais e estrangeiros, que pensam a longo prazo e são mais resilientes à crise, e, levando em consideração o momento do País, procuram as melhores aplicações."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Vem fusão por aí? CEO da Marfrig assume comando da BRF após renúncia de Lorival Luz
A Marfrig já é a principal acionista da BRF, com pouco mais de 30% do capital, e desta forma deve aumentar ainda mais a presença na companhia
Alerta de lucro: Oportunidade de ganhos acima de 8% em swing trade com a BRF (BRFS3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade – compra dos papéis da BRF (BRFS3). Saiba os detalhes da análise
BRF (BRFS3) tem potencial de valorização de 56%, mas Inter alerta para desafios — veja o que está no caminho da empresa
A casa de análise manteve a recomendação neutra para as ações BRFS3, embora tenha elevado o preço-alvo de R$ 12,98 para R$ 20,00
Na BRF (BRFS3), um começo de ano horripilante — e uma teleconferência para tentar resgatar a confiança do mercado
A BRF (BRFS3) viu suas margens piorarem drasticamente no trimestre, em meio à alta dos custos e ajustes na cadeia de produção
Vale (VALE3) na preferência e a volta de Magazine Luiza (MGLU3). Confira as ações mais recomendadas por 13 corretoras para abril
Quem seguiu a recomendação das corretoras e incluiu a Vale na carteira desde dezembro já garantiu uma valorização de mais de 36%
Exercendo o poder: Marfrig (MRFG3) confirma que pretende influenciar na administração da BRF (BRFS3); entenda o caso
Conselho de Administração decidiu que a empresa deverá exercer seus direitos de acionista na BRF, fazendo valer seus interesses no dia a dia da rival
Marfrig (MRFG3) confirma participação em oferta da BRF (BRFS3), mas não poderá assumir o controle da empresa; entenda
Segundo um comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários hoje, as compras da Marfrig estarão limitadas a sua participação acionária atual
BRF definirá dia 1º preço da ação no follow on, que pode girar cerca de R$ 8 bi
A operação pode abrir o caminho para a Marfrig assumir o controle da BRF
BRF (BRFS3) aprova oferta de 325 milhões de ações e abre caminho para o controle da Marfrig (MRFG3); entenda
O valor total do follow on ainda não está definido, mas, considerando o fechamento de hoje (R$ 24,75), a oferta pode ultrapassar os R$ 8 bilhões
Por que você deveria ter uma das empresas alimentícias mais baratas do mundo na sua carteira, segundo o Credit Suisse
Com resultados acima do esperado, o banco suíço vê a BRF (BRFS3) como uma boa opção, mesmo com os desafios do setor
Leia Também
-
BRF (BRFS3) entrega resultados acima das estimativas e salta na B3; mas é hora de comprar a ação da dona de Sadia e Perdigão?
-
JBS (JBSS3) sobe 4% na B3 e lidera os ganhos do Ibovespa hoje: o que está por trás da alta das ações de frigoríficos?
-
Veja a agenda de resultados do 4T23 da semana: AES Brasil, MRV, Copel, Engie, BRF e Ambev estão entre os destaques
Mais lidas
-
1
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
2
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha
-
3
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista