Tanto a agência de classificação de risco S&P e a Fitch alteraram suas perspectivas para a Braskem, empresa que sofre seguidas perdas em razão da recuperação judicial da Odebrecht.
A S&P alterou sua classificaçao de estável para negativa nesta terça-feira, mas reafirmou o rating BBB- da companhia. A Fitch também reafirmou o rating de crédito BBB-, mas alterou sua perspectiva para a companhia de estável para negativa.
Segundo a S&P, a mudança de avaliação reflete um potencial de rebaixamento no rating da empresa nos próximos dois anos, caso a Braskem não "melhore as medidas de crédito".
"A perspectiva negativa em escala global reflete nossa visão de que a Braskem pode continuar enfrentando a deterioração financeira observada neste ano nos próximos 12 a 18 meses", afirma a S&P. A agência acrescenta que, se os atuais desafios operacionais persistirem, as margens de Ebitda da empresa podem cair a níveis abaixo de 10% em 2020.
De acordo com a S&P, os riscos que podem levar a companhia a níveis de dívida mais altos incluem efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China na demanda mundial, os passivos contingenciados da operação em Alagoas e possíveis altas na oferta global de polietileno (PE) e polipropileno (PP).
A agência prevê, ainda que a Braskem tenha um Ebitda de R$ 5 bilhões em 2019 e de R$ 5,8 bilhões em 2020, ante R$ 8,8 bilhões no ano passado.
Já a Fitch diz que a mudança de avaliação é resultado "da confluência de uma forte retração nos spreads petroquímicos devido ao menor crescimento global, além da expectativa de materialização das despesas e/ou multas ou outros passivos legais relacionados às operações da Braskem em Alagoas".
Para evitar um rebaixamento de seu rating, de acordo com a Fitch, a empresa terá que "reforçar seu fluxo de caixa e o balanço patrimonial por meio de medidas como novas iniciativas de corte de custos, redução de investimentos e dividendos e/ou vendas de ativos".
*Com Estadão Conteúdo