O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou nesta terça-feira (2) os nomes escolhidos pelos chefes de governo e de Estado da União Europeia (UE) para os principais cargos de chefia das instituições do bloco.
A francesa Christine Lagarde, hoje diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), foi nomeada como candidata a substituir Mario Draghi na presidência do Banco Central Europeu a partir de novembro.
A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, da mesma União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão) da chanceler Angela Merkel, foi proposta como candidata à presidência da Comissão Europeia, o braço Executivo da UE.
Já o primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, foi eleito como o novo presidente do Conselho Europeu, justamente o órgão que reúne os líderes dos 28 Estados-membros do bloco.
Para o comando da diplomacia da UE foi nomeado o ministro das Assuntos Exteriores da Espanha, Josep Borrell Fontenelles, na figura de candidato a alto representante para Assuntos Exteriores e Política de Segurança.
Saída estratégica
Após o anúncio de sua nomeação, Lagarde afirmou que decidiu se afastar temporariamente das responsabilidades no comando do FMI durante o período de nomeação.
I am honored to have been nominated for the @ECB Presidency. In light of this, and in consultation with the Ethics Committee of the IMF Executive Board, I have decided to temporarily relinquish my responsibilities as IMF Managing Director during the nomination period.
— Christine Lagarde (@Lagarde) July 2, 2019
"Estou honrada por ter sido nomeada à presidência do BCE", escreveu a francesa em sua conta no Twitter, antes de esclarecer que a decisão de se afastar do FMI foi tomada após consultas com o comitê de ética da diretoria executiva do fundo.
Tusk: Lagarde será independente
Após anunciar a nomeação de Lagarde, Tusk foi questionado sobre se o fato de a francesa já ter sido ministra das Finanças no seu país não mina a credibilidade de que o cargo no BCE é estritamente "técnico".
"Conheço Madame Lagarde há muito tempo. Estou absolutamente seguro de que ela será uma presidente muito independente do BCE", respondeu o polonês em entrevista coletiva em Bruxelas.
A candidatura da francesa dependerá, em última instância, de confirmação em uma votação com "maioria qualificada" do Conselho Europeu, ou seja, em que ao menos 16 dos 28 Estados-membros votem a favor e os Estados-membros que votarem a favor representem ao menos 65% da população total da UE.
*Com Estadão Conteúdo.