Pelo segundo mês seguido a inflação oficial surpreendeu para baixo ajudando a reforçar as expectativas de que a taxa básica de juros, a Selic, pode ficar nos atuais 6,5% ao ano por mais tempo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou outubro com alta de 0,45%, abaixo da mediana captada pelo “Projeções Broadcast” de 0,55%. E o que seu dinheiro tem a ver com isso?
No lado do orçamento familiar, a inflação sob controle significa a preservação do seu poder aquisitivo. Mas esse indicador também mexe com os seus investimentos. Uma alta menor que a projetada pode significar ganhos para quem tem papéis prefixados, além de ser boa notícia para Bolsa de Valores e Fundos de Investimento Imobiliário (FII). Perdem atratividade os títulos públicos atrelados à Selic (LFT).
Tão ou mais importante que o índice “cheio”, algumas medidas que captam a tendência da inflação livre de choques de curto prazo, seguem rodando abaixo do piso da meta. Isso indica que a recente alta do dólar não estaria se espalhando de forma consistente para outros preços na economia.
Freio na taxa de juros
Os dados também podem levar o mercado a rever o tamanho do ajuste de alta da taxa de juros previsto para 2019. A mediana das projeções dos economistas é de Selic a 8%. Algumas casas, como o Banco Fibra, trabalham com estabilidade ao longo de todo 2019, e outras instituições começam a indicar juro em 7% ao ano.
Segundo a CM Capital Markets, sem pressão cambial e com alguma lentidão no ritmo de recuperação da atividade econômica, o cenário inflacionário propicia uma elevação na Selic apenas em meados do terceiro trimestre de 2019. “Entretanto, a manutenção desse ambiente inflacionário benéfico está sujeito à aprovação das reformas econômicas”, diz a instituição em relatório.
Para novembro, a CM Capital Markets projeta IPCA ainda menor, na linha dos 0,15%.
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