O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, colecionou uma nova polêmica ao questionar a segurança das urnas eletrônicas. Em vídeo gravado no Hospital Albert Einstein em São Paulo e transmitido pelas redes sociais no domingo, 16, Bolsonaro acusou o PT de tentar promover uma "fraude" nas eleições de outubro.
Segundo o presidenciável, sem o voto impresso não é possível ter total segurança no processo eleitoral.
A fala gerou respostas de outros candidatos. Geraldo Alckmin (PSDB) saiu provocando o deputado ao dizer que o receio demonstrado por Bolsonaro é justificativa para uma derrota antecipada. "Eu disputei dez eleições. Ganhei, perdi. Não teve fraude nenhuma. Aliás, o Brasil é um exemplo no mundo de avanço tecnológico, de avanço eleitoral que tem até uma justiça eleitoral", disse Alckmin.
Já Fernando Haddad (PT) cobrou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se manifeste em relação às declarações. "Espero que o TSE se manifeste em elação a essas acusações que estão sendo feitas porque, na verdade, quem garante a lisura do processo é o TSE", disse Haddad, durante sabatina realizada nesta segunda-feira.
STF responde a jato
Não demorou muito para que o próprio presidente do STF, Dias Toffoli, respondesse (com ironia) às acusações do candidato do PSL. “Tem gente que acredita em saci-pererê.”
Toffoli lembrou também que o próprio Bolsonaro foi eleito deputado federal diversas vezes pela urna eletrônica.
Ao perceber a repercussão negativa das declarações, o candidato a vice na chapa de Bolsonaro, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que é preciso "relevar" as últimas declarações do capitão reformado de que poderia contestar o resultado das eleições se o voto não for impresso.
"Vocês têm que relevar um homem que quase morreu há uma semana, fez duas cirurgias. Vamos relevar o que ele disse", disse o general a jornalistas, após participar de um evento no Secovi-SP.
O general foi além e disse que "quem vencer, venceu", mas que teria pena do Brasil se o PT ganhasse as eleições.
* Com Estadão Conteúdo