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EUA ameaçam legitimidade da OMC por contestações de tarifas

Donald Trump, presidente americano

Donald Trump

O governo de Donald Trump ameaçou nesta segunda-feira a Organização Mundial do Comércio (OMC), num gesto que foi interpretado como um sinal de que a Casa Branca está disposta a desmontar o sistema se governos optarem por manter o questionamento contra as barreiras comerciais adotadas por Washington. Numa reunião mantida em Genebra, o alerta americano foi considerado como o sinal mais grave de uma crise que já era considerada como sem precedentes.

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Trump anunciou uma série de barreiras contra o aço estrangeiro, alegando que o protecionismo era uma necessidade de "segurança nacional" para o país. Países como China, Rússia, México, Canadá, Noruega, Turquia, os governos europeus e o Japão colocaram em xeque tal justificativa e agora pediram que os tribunais da OMC avaliem se existe um motivo de segurança para que as barreiras sejam implementadas.

A iniciativa foi bloqueada pelos americanos. Mas o vice-representante da Casa Branca para o Comércio, Dennis Shea, fez o que foi interpretado como a mais série ameaça à existência da OMC desde o início da guerra comercial. Durante o encontro, ele alertou que se a disputa fosse mantida, os tribunais da entidade entrariam em "uma crise existencial". Para diplomatas na sala, o alerta foi tratado como uma insinuação de uma possível retirada dos americanos do sistema de solução de disputas.

'Legitimidade minada'

Segundo Shea, se o caso for iniciado contra os americano, "a legitimidade do sistema da OMC estaria minada e mesmo a viabilidade da OMC como um todo".

Para o governo americano, a culpa pela crise e pelas barreiras é da "produção em excesso de aço pela China". "Não permitiremos que a China mine de forma fatal a indústria do aço dos EUA, sobre a qual os militares americanos e a segurança global dependem", alertou.

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Shea deixou claro ainda que se Pequim usasse os tribunais para defender sua economia que não segue os princípios de mercado, "toda OMC teria sua credibilidade ameaçada".

Washington ainda atacou os europeus, alertando que Bruxelas deveriam pensar num aspecto mais global da relação com os americanos e "interesses comuns", antes de se lançar numa disputa.

A Linha do Tempo da crise tarifária EUA e China

*Com Estadão Conteúdo

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